Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2017
Às vésperas da votação pela Câmara dos Deputados da denúncia contra o presidente Michel Temer, o governo e os parlamentares aliados afinam neste fim de semana as estratégias para barrar o prosseguimento do processo para o STF (Supremo Tribunal Federal). A sessão está marcada para quarta-feira (02).
Neste domingo (30), Temer comanda em Brasília uma reunião com ministros e deputados da base aliada para discutir a votação. O encontro está previsto para ocorrer no Palácio do Jaburu, assim como têm sido as últimas reuniões para discutir a denúncia.
Com o objetivo de desgastar a imagem de Temer, a estratégia – praticamente definida – da oposição é a seguinte: não registrar a presença em plenário e adiar a votação. Nos bastidores, deputados contrários a Temer avaliam que o cenário atual é favorável ao presidente, ou seja, que há a possibilidade de a denúncia ser rejeitada pelo plenário. Por isso, está prevista para terça-feira (01), véspera da votação, uma reunião na Câmara dos líderes de partidos e deputados da oposição.
A denúncia da Procuradoria
Com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS, Temer foi denunciado ao STF pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. O STF só poderá analisar a denúncia, porém, se a Câmara autorizar. Para o processo seguir para a Corte, são necessários os votos de pelo menos 342 deputados contra Temer.
Antes de a denúncia ser analisada pelo plenário, foi discutida na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Na CCJ, o governo conseguiu uma vitória. Após uma série de trocas de integrantes, articulada pelo Palácio do Planalto, a CCJ rejeitou o parecer de Sergio Zveiter (PMDB-RJ), favorável à denúncia, e aprovou o relatório de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomenda a rejeição da denúncia. Esse é o parecer que será votado em plenário.
Com o objetivo de barrar a denúncia no plenário da Câmara, Temer convocou para este domingo uma reunião com ministros e deputados para discutir as estratégias para a sessão. Os ministros que despacham do Palácio do Planalto – Eliseu Padilha (Casa Civil), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) – devem participar desse encontro, além de líderes do governo no Congresso, deputados aliados e líderes partidários.
O Palácio do Planalto concentrará as articulações em deputados de PSDB, DEM e PSB. Levantamentos internos indicam a possibilidade de parlamentares dessas legendas se posicionarem a favor da denúncia contra Temer. Além disso, deputados de PP e PSD têm demonstrado resistência a votar na sessão, embora os dois partidos integrem o governo.
Diante desse cenário, desde os últimos dias o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, tem analisado os “mapas” apresentados por diferentes deputados, a exemplo de Beto Mansur (PRB-SP) e André Moura (PSC-SE), e comparado com os próprios levantamentos do Planalto. (AG)