Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2017
Empossado no dia 20 de novembro, o novo diretor-geral da PF (Polícia Federal), Fernando Segóvia, não quis falar sobre as críticas feitas pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que deixou o cargo no dia 17 de setembro. Mais cedo, Janot havia declarado à imprensa que Segóvia foi escolhido para o cargo para frear as investigações dos políticos na Operação Lava-Jato.
Janot (que também criticou a sua sucessora no cargo, Raquel Dodge) foi taxativo: “Segóvia veio para cumprir uma missão: a de desviar o foco dessa investigação [da Lava-Jato]. Ao que me parece, pelas declarações que deu, ele tem a missão de desacreditar as investigações ou as investigações que envolvem essas altas autoridades da República brasileira. E nas investigações ele pode ter o efeito de atrapalhar sim”.
“Não sei quais foram as declarações, ainda vou ler. Mas não posso prejulgar. Quando eu ler e souber o conteúdo, poderei falar alguma coisa”, ressaltou Segóvia. Antes, durante um seminário no Centro do Rio de Janeiro, ele havia elogiado a força-tarefa. Segundo ele, o “governo organizado” estava agindo contra a corrupção.
“O País está mudando”, frisou. “Algumas pessoas ainda não estão percebendo isso, outras já acordam para o problema. Acredito que o Brasil inteiro espera e já vem vendo as mudanças que estão sendo engendradas na parceria da Polícia Federal, Ministério Público e Justiça Federal.”
Nesta semana, Janot, que segue no MPF (Ministério Público Federal), acusou o presidente Michel Temer, a quem ele denunciou duas vezes, de nomear o novo diretor da PF especificamente para desviar as investigações da força-tarefa. Ele também insinuou que Raquel Dodge, a sua substituta, teria instruído alguns dos principais procuradores federais a se afastarem dos inquéritos sobre corrupção e a pararem de falar publicamente sobre os esforços de combate a esse tipo de crime.
Temer
Em nota, o Palácio do Planalto disse que o novo chefe da PF foi indicado após consultas com a corporação e criticou qualquer insinuação de que ele poderia atrapalhar as investigações. “Somente alguém mal informado ou mal intencionado poderia supor ser possível interferência nas investigações”, argumentou o texto divulgado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
Já um porta-voz de Raquel Dodge disse que a nova procuradora-geral “está combatendo vigorosamente a corrupção em várias frentes”. Fernando Segóvia, por sua vez, encaminhou um e-mail a veículos de comunicação, rebatendo as afirmações de Janot e garantindo que irá fortalecer a luta contra a corrupção no País.