Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2015
O MPF (Ministério Público Federal) afirmou que o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, preso nesta terça-feira (24) na 21ª fase da Operação Lava-Jato, em Brasília, utilizou contratos firmados na Petrobras para quitar empréstimos junto ao Banco Schahin. O dinheiro era destinado ao PT, de acordo com o procurador Diogo Castor de Mattos.
O empréstimo principal em investigação nesta fase era inicialmente de 12 milhões de reais e teve o valor elevado devido a juros. A dívida, de acordo com o MPF, foi perdoada, e a irregularidade foi mascarada com uma falsa quitação. Em troca deste financiamento, empresas do grupo Schahin conquistaram o contrato de navio-sonda Vitória 10000, sem licitação, ainda conforme o MPF.
O procurador disse que, além do empréstimo principal, há pelo menos uma dezena de outros empréstimos, no valor de dezenas de milhões de reais, envolvendo pessoas físicas ligadas ao pecuarista. A prisão de Bumlai é preventiva. Ele deporia nesta terça na CPI do BNDES, que investiga operações envolvendo o banco.
O nome de Bumlai, que é empresário do setor sucroalcooleiro e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com livre acesso ao Palácio do Planalto, apareceu em delação premiada de Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras, e do lobista Fernando Baiano.
“José Carlos Bumlai se insere totalmente neste quadro [corrupção, fraude e lavagem sistêmica], pois as provas indicam que disponibilizou seu nome e suas empresas para viabilizar, de maneira fraudulenta, a partido político, com todos os danos decorrentes à democracia”, justificou o juiz federal Sérgio Moro no decreto de prisão. O empresário foi levado para a sede da PF em Curitiba (PR).