Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de junho de 2020
O espaço foi erguido em 30 dias
Foto: Hospital Moinhos de Vento/DivulgaçãoErguida em apenas 30 dias e finalizada na última semana de maio, a estrutura anexa ao HI (Hospital Independência), na Zona Leste de Porto Alegre, entra em operação nesta segunda-feira (15), com atendimento exclusivo a pacientes de coronavírus. A obra contou com doações do Hospital Moinhos de Vento e dos grupos empresariais Gerdau, Ipiranga e Zaffari, em um total de R$ 10,4 milhões.
O espaço – denominado “Módulo Covid” – está localizado na avenida Antônio de Carvalho, bairro Jardim Carvalho. São 60 novos leitos (seis por quarto) e cerca de 100 funcionários, em uma estrutura administrada pela Sociedade Sulina Divina Providência, já responsável pelo gerenciamento da instituição de saúde. Todos os serviços da unidade serão prestados no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde).
O Hospital Moinhos de Vento fornecerá materiais, equipamentos e remédios para a nova estrutura durante a pandemia, além de compartilhar práticas de gestão. Segundo a prefeitura de Porto Alegre, trata-se uma espécie de “ala de retaguarda” com foco em pacientes em etapa final do tratamento, já com alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Com isso, leitos de alta complexidade ficam liberados para receber novos pacientes. Além dos 60 leitos, o anexo conta com sanitários, posto de enfermagem, salas de serviços, farmácia, rouparia, copa e área técnica. Os itens incluem, ainda, uma rampa que fará a integração da nova unidade ao primeiro pavimento do hospital.
Em recente entrevista à Rádio Caiçara (Rede Pampa), o prefeito Nelson Marchezan enalteceu a iniciativa. “Não estamos entregando apenas uma obra, é algo maior, um legado extraordinário para a nossa cidade”, elogiou na ocasião. “Obrigado aos parceiros que, neste momento de angústia, estão dando esperança e um tratamento digno aos porto-alegrenses.”
Já o secretário municipal da Saúde, Pablo Stürmer, ressalta que a unidade proporciona uma estrutura qualificada e com segurança: “É difícil levar a estrutura de um hospital para uma unidade temporária, de campanha. Aqui, tivemos a preocupação de ampliar um hospital estruturado que ficará a serviço da rede municipal”.
Construção
Com uma configuração arquitetônica marcada por linhas retas e uma estrutura geral modular, o anexo foi erguido em 30 dias, prazo seis mais rápido que o habitual, conforme prometido pela construtora, sediada na cidade de Tubarão (Santa Catarina) e que tem o nome sugestivo de “Brasil ao Cubo”. Segundo a empresa, todo o hospital saiu “90% pronto” da fábrica, em partes que foram “reconectadas” em Porto Alegre.
A capital gaúcha, porém, não é a primeira cidade brasileira a recorrer a esse tipo de estrutura para o enfrentamento à pandemia de coronavírus. Em São Paulo, uma iniciativa semelhante – e que também contou com a parceria entre a Brasil ao Cubo e a Gerdau – viabilizou a montagem de um centro de tratamento com quarenta leitos para pacientes da Covid-19. O prazo foi ainda maior, não passando de 20 dias.
(Marcello Campos)