Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2023
Prestes a completar 50 anos, Angélica contou em entrevista como começou a ter as primeiras crises de síndrome do pânico, como tratou a doença e revelou se ainda tem episódios. Ela diz que aos 28 anos de idade começou a sentir os sintomas e a passar mal constantemente, mas, inicialmente, médicos e pessoas envolta pensaram se tratar de cansaço ou exaustão pela alta carga de trabalho.
“Aos 28 anos, durante uma gravação, caí de exaustão. Um médico foi chamado e passei um mês tomando remédio para dormir. Acharam, a princípio, que era cansaço. Vivia naquele tempo uma adolescência tardia, saindo muito e dormindo pouco. Só que os episódios de mal-estar iam se repetindo. Suava frio, tinha falta de ar, taquicardia, tontura e uma sensação forte de medo. Fui parar várias vezes no hospital e não encontravam nada. Na realidade, aquilo tinha um nome: síndrome do pânico”, disse na entrevista à revista Veja.
Angélica conta à repórter que começou a ter fobia de lugares fechados, com música alta e multidão. Também pela doença, parou de fazer shows, deixou de trabalhar nos fins de semana, foi fazer terapia e, aos poucos, parou de tomar um remédio que sempre levava na bolsa. Em 2015, porém, Angélica voltou a ter episódios depois de passar por um acidente de avião com a família.
“Nunca dá para dizer ‘estou livre’. Embora saiba reconhecer os gatilhos e domine técnicas de respiração que muito me ajudam, vivo constantemente atenta. Passado um ano do acidente, tive nova crise de pânico. Estava de férias em Nova York com a família, saí para dar uma volta sozinha e, do nada, travei. Não conseguia sair do lugar. O Luciano precisou me buscar e regressei ao Brasil medicada. Fiquei um ano evitando festas, viagens e, quando tinha reuniões em salas fechadas, sentava perto da porta”.
Acompanhe os principais pontos da entrevista:
1. Ao sair da Globo, após mais de duas décadas, declarou estar aliviada. Por quê? Não falei isso por deixar a emissora. Continuo tendo uma relação familiar com ela, mas, além de poder fazer uma pausa na TV pela primeira vez na vida, o casamento lá estava morno, sem tesão. Eles queriam contar comigo para apresentar programas que fossem surgindo e eu estava atrás de algo com a minha cara. Em 2019, quando o Estrelas não estava mais no ar, já não tive o contrato renovado. Não havia projeto para mim.
2. Antes de deixar a emissora, a senhora pôs uma ideia à mesa, que foi vetada. Isso a irritou? Em qualquer trabalho há momentos de irritação, é natural. Tive quatro, cinco projetos recusados. Como a Globo passava por mudanças e muita gente antiga havia saído, me senti sem interlocutor. Nada impede, porém, que assine contratos lá por obra. Em 2020 mesmo, apresentei o Simples Assim, que tratava da busca por felicidade.
3. Sua passagem pelo streaming, com um programa sobre astrologia na HBO Max, foi relâmpago. Não deu certo? Não, por vários fatores. Queria experimentar aquele modelo, sem a pressão da TV aberta e participando da criação de projetos. Foi uma delícia fazer o Jornada Astral, mas não se encaixou bem no streaming. Acabei rescindindo o contrato de três anos de forma consensual.
4. Às vésperas dos 50 anos, se sente mais livre? Sim, em vários sentidos. Passei a vida falando e me comportando como os outros queriam. Para se ter uma ideia, os figurinistas escolhiam minhas roupas até quando não estava trabalhando. Era cômodo. Agora, nesta nova fase, estou aprendendo a ser dona das minhas escolhas. Mas, apesar do prazer que essa liberdade me traz, não é simples. Um ano depois de sair da Globo, bateu aquela abstinência, um vazio. Sofri com a falta da rotina, da correria — isso somado à pressão externa por não estar na TV. A análise, a ioga e a meditação, que já fazia antes, me ajudam. Ainda não sinto o peso do envelhecimento, pode ser que mais para a frente aconteça. Hoje sou a mulher que quero ser.