Terça-feira, 17 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 10 de abril de 2025
O avanço do PL na conquista das assinaturas para o requerimento de urgência do PL (projeto de lei) da Anistia vai interferir na rotina de trabalho da Câmara dos Deputados. Pelos cálculos de Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, há ao menos 233 das 257 assinaturas necessárias para acelerar a tramitação.
Assim, para evitar ficar com a corda no pescoço na próxima semana, quando o PL pode atingir o número mínimo de apoiadores – que inclusive é uma semana curta por ser véspera de feriado prolongado de Páscoa e Tiradentes –, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), vai liberar deputados para participarem da votação a distância no intuito de abaixar a temperatura.
A estratégia já começou a vigorar. Aliás, a medida vai ajudar também a abaixar a poeira após a cassação de Glauber Braga no Conselho de Ética, já que Motta foi cobrado a abrir a ordem do dia para tentar impedir o andamento da cassação e nem sequer atendeu as ligações da líder do PSOL na Câmarra, Talíria Petrone (RJ).
A lista coordenada por Sóstenes já tem ao menos 76 integrantes de siglas que compõem atualmente o primeiro escalão do governo: União Brasil (23), Republicanos (14), PP (14), MDB (13) e PSD (12). No entanto, parte desses deputados é contrária ao governo.
Pacificação nacional
Em outra frente, Hugo Motta defendeu a pacificação nacional para enfrentar a radicalização política no País. Segundo ele, a pauta da anistia aos acusados de tentativa de golpe de Estado é uma manifestação válida. Entretanto, para ele, não é se distanciando das instituições que o Brasil vai encontrar a saída para esses problemas.
Motta afirmou que é preciso sensibilidade para corrigir algum exagero que esteja acontecendo em relação às penas dos envolvidos na depredação das sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro. E também defendeu responsabilidade para não aumentar a crise institucional.
As afirmações foram feitas em evento da Associação Comercial de São Paulo, na segunda-feira (7).
“Não vamos ficar restritos a um só tema, vamos levar essa decisão ao Colégio de Líderes, vamos conversar com o Senado e com os Poderes Judiciário e Executivo, para que uma solução de pacificação possa ser dada. Aumentando uma crise, não vamos resolver esses problemas, não embarcaremos nisso”, afirmou.
O presidente ressaltou que a obstrução regimental do PL é legítima, mas há outras pautas que interessam ao país. “Vamos tratar as pautas dos outros partidos, não podemos ficar uma Casa de uma pauta só”, disse.
Escala 6×1
Hugo Motta também foi questionado sobre a proposta de emenda à Constituição que acaba com a escala de trabalho semanal de 6 dias. Segundo ele, o mérito da proposta é válido, mas é preciso avaliar a viabilidade econômica do tema para o país. Motta afirmou que não dá para fazer um populismo barato com esse assunto e, que muitas vezes, é preciso tomar decisões difíceis.
“Eu não discuto a justiça da proposta. Eu discuto se a proposta é viável para o país ou não. É claro que todo trabalhador sonha com a redução da jornada de trabalho, ganhando a mesma coisa, e ninguém está aqui para dizer que isso está errado”, disse o presidente da Câmara. As informações são do jornal O Globo e da Agência Câmara de Notícias.