Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 29 de abril de 2021
Os desenvolvedores do imunizante dizem que irão processar a agência
Foto: ReproduçãoO diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, realizou nesta quinta-feira (29) um pronunciamento para refutar a acusação feita pelos desenvolvedores da vacina Sputnik V de que a agência fez “afirmações falsas” sobre a presença de adenovírus replicantes no imunizante russo.
Torres explicou que a Anvisa apontou o problema com base nos próprios documentos enviados pelos desenvolvedores. Durante a apresentação, ele mostrou um vídeo de uma reunião que mostra que o tema foi tratado de forma aberta com os pesquisadores russos.
Além disso, a Anvisa disse estar disponível para receber os dados que os desenvolvedores ainda não enviaram sobre a vacina. O principal deles é o relatório técnico que detalha os dados que levaram a Rússia a aprovar a utilização emergencial da vacina. A vacina foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya e se tornou a primeira a ser autorizada para uso emergencial no mundo, em agosto de 2020, antes mesmo do fim dos testes clínicos.
Importação negada
Na segunda-feira (26), a Anvisa negou o pedido de autorização feito por 14 Estados brasileiros para importação emergencial de quase 30 milhões de doses da Sputnik. A decisão contra a importação foi tomada em uma reunião extraordinária que ocorreu para atender a uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em uma ação protocolada pelo governo do Maranhão.
A Sputnik V é uma das vacinas negociadas pelo Ministério da Saúde. O governo federal comprou 10 milhões de doses. Dessas, 400 mil eram esperadas até o final de abril, 2 milhões no fim de maio e 7,6 milhões em junho. Até o momento, nenhuma dose chegou ao Brasil.
Em nota, o Fundo Russo disse que as afirmações da Anvisa sobre ter “encontrado” adenovírus replicante na Sputnik V são falsas e que vai processar a agência.