Últimas Aos 76 anos, o ator Ney Latorraca revela que o seu testamento já está pronto
Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2021
Ao participar do programa “Persona in Foco” (TV Cultura), o veterano ator paulista Ney Latorraca, 76 anos, riu, brincou e se emocionou ao relembrar a sua trajetória. E fez uma revelação surpreendente: o seu testamento já está pronto e terá pelo menos dois beneficiários: o Retiro dos Artistas e a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR).
“Acho que é assim que tem que ser”, enfatizou. “O que eu ganhei com o teatro tem que voltar para essas causas. Essa é a missão do artista, pelo menos para mim”.
Ele contou que o seu patrimônio material foi construído principalmente com o trabalho no teatro. Isso inclui o grande sucesso obtido com a peça “O Mistério de Irma Vap”, que ficou 11 anos em cartaz.
O ator também mencionou a infância pobre (ele nasceu em Santos e é filho único), os primeiros passos na profissão e o medo quando percebeu que seu grande sonho de ficar famoso havia finalmente se realizado.
A virada aconteceu em sua estreia na emissora, fazendo par com Nathália Timberg na novela global “Escalada” (1974):
“O sucesso mexeu comigo, não sabia que o sucesso era tão violento desse jeito. Eu queria tanto aquele sucesso popular e aconteceu. Fiquei com medo na época, fiquei doente”, contou o ator de 76 anos, que admitiu também que ser vaidoso lhe custou um alto preço na carreira: “Pago até hoje pela minha vaidade. Pago caro”.
Já em sua segunda novela na Globo, “O Grito”, ele foi indicado ao título de “Rei da Televisão”, concedido pela extinta revista “Amiga”, especializada no noticiário de novelas e seus protagonistas, horóscopo, receitas e outras pautas. Seus concorrentes eram o colega Tarcísio Meira e o cantor Roberto Carlos. Para o ator, foi o auge:
“Olha que loucura isso para um ex-aluno de teatro em São Paulo, pobre, filho de um casal pobre, estar ao lado desses nomes. Mas sempre quis isso, o sucesso”.
Bom humor
O ator confirmou inclusive a lenda, que ronda a clássica montagem teatral de “Hair”, de que o tamanho do pênis determinava a ordem dos atores no palco, na famosa cena de nu. Além dele, o musical hippie, encenado em 1969 e sujo elenco contava com Armando Bogus, Claudio Marzo e Antonio Pitanga, dentre outros.
“É verdade, sim. O Pitanga vinha na frente e eu lá no fundo. Eu não estava com essa bola toda e nem estou até hoje”, contou, aos risos.
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