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Variedades Aos 86 anos, Eva Wilma canta e tem live à vista: “Sempre fui meio exibidinha”

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Artista se apresenta ao lado do filho para entoar canções marcantes de sua trajetória nos palcos e na TV. (Foto: Mila Maluhy/Divulgação)

Eva Wilma subirá a um palco on-line, neste lugar movediço e indefinido chamado internet (“E que eu não gosto muito”, ela admite). Em casa, diante de algumas câmeras — e sem o olhar da plateia —, a atriz de 86 anos fará uma apresentação ao vivo do espetáculo “Eva, a live”, nesta sexta-feira (25), às 21h30, com transmissão gratuita no YouTube e no Instagram.

“Essa é uma forma de me adaptar temporariamente. Venho de outro tipo de relação com o público. Era uma relação menos efêmera e imediata”, conta Eva Wilma. “Mas me manter ativa me deixa viva. Sonhar é necessário.”

Ao lado do filho, o músico John Herbert Jr., e da banda Johnnie Beat, a artista entoará canções marcantes de suas quase sete décadas de carreira. A ideia é fazer uma síntese da montagem “Casos e canções”, que ela apresentou nos teatros antes da pandemia e no qual resgata memórias afetivas de sua formação, como as aulas de canto com Inezita Barroso e o sucesso como as gêmeas Ruth e Raquel na primeira versão da novela “Mulheres de areia” (1973).

Durante a apresentação musical, além de expor uma faceta ainda pouco conhecida do grande público (“Nessa altura da vida, o canto é que me mantém mais forte pra prosseguir”, ela revela), a atriz também tecerá comentários sobre a pandemia do novo coronavírus, além de interpretar um texto de Plínio Marcos (1935-1999), numa homenagem ao colega e dramaturgo paulista.

Confira a entrevista abaixo.

1) O espetáculo “Eva, a live” é uma versão reduzida da montagem “Casos e canções”, que você vinha encenando nos teatros desde 2018?

Devido à pandemia, “Casos e canções” terminou. Mas as memórias ficaram. Não diria que o espetáculo de agora é uma versão, mas uma evolução. Nesta live, fazemos uma síntese, pois não podemos deixar de abordar a situação atual (da pandemia). As músicas que interpretaremos representam a retomada do contato com as origens de minha formação artística e de minhas memórias afetivas.

2) O que as canções que estão no repertório do show representam para você?

Minha relação com a professora Inezita Barroso aparece em “Uirapuru”, de Waldemar Henrique da Costa. A letra de “O trenzinho caipira”, também no repertório, representa minha relação com a música clássica e sua ligação com a cultura popular, tão bem expressas na obra deste gênio que foi Heitor Villa-Lobos. E tem a música “O presente é da gente”, uma canção composta por meu filho, que fala sobre o tempo, a emoção da saudade e sua ação sobre o nosso presente. E o tema de abertura da novela “Mulheres de areia”, que a banda Johnnie Beat interpreta magistralmente, é uma memória profissional extremamente marcante para mim e, acredito, para a memória da nossa TV, que está completando 70 anos.

3) Foi difícil chegar a essa seleção?

Escolhi as canções mais significativas. Lógico que algumas ficaram de fora, e aí tem um pouco de dificuldade, principalmente com relação às letras de Adoniran Barbosa, com quem tive o privilégio de conviver nos tempos de “Mulheres de areia”. Mas estou satisfeita com as escolhas.

4) O que tem achado desse novo formato do teatro on-line, em que não há a troca direta com o público, algo tão caro ao ofício?

Acho que isso é transitório. É uma forma de nos adaptarmos temporariamente e nos mantermos próximos, ativos. Mas eu não gosto muito. Acredito que as lives vão evoluir para uma linguagem própria. Mas uma peça de teatro encenada dessa forma, sem uma adaptação de roteiro e conceito, é só um “quebra galho”. Fica muito longe do impacto que um ator, no espaço cênico livre do teatro, pode causar.

5) Qual a sua maior dificuldade com essa nova realidade das artes cênicas na internet?

Tenho dificuldade com a solicitação de vídeos rápidos para promover esses trabalhos, porque venho de outro tipo de relação com o público. Uma relação menos efêmera e imediata. Mas procuro me adaptar e encontrar prazer nestas novas demandas.

6) Onde tem passado a quarentena?

Tenho passado a quarentena na minha casa. Já vivi tantos momentos de incertezas, mas nunca igual a esse, que atingiu o mundo inteiro. Parece que estamos atravessando a Terceira Guerra Mundial. Mas acredito que  a humanidade vai saber se adaptar, como sempre. Daí lembro da canção do Gil, que cantávamos para encerrar nosso espetáculo: “Não me iludo, tudo permanecerá do jeito que tem sido, transcorrendo, transformando, tempo e espaço navegando todos os sentidos”.

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https://www.osul.com.br/aos-86-anos-eva-wilma-canta-e-tem-live-a-vista-sempre-fui-meio-exibidinha/ Aos 86 anos, Eva Wilma canta e tem live à vista: “Sempre fui meio exibidinha” 2020-09-24
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