Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2022
O tumultuado GP de Mônaco da F1 no último domingo (29) testou corações do público e de alguns pilotos com a violenta batida de Mick Schumacher, na barreira de proteção na saída da curva da Piscina. O choque, que acionou uma bandeira vermelha na volta 27, partiu a Haas do alemão de 23 anos no meio. Ele saiu ileso da pancada, e justificou que o lance foi provocado por um cálculo equivocado do espaço na pista.
“Fisicamente estou bem, mas é claro que é irritante. As condições estavam muito difíceis. Os carros são mais largos que os do ano passado e por isso eu julguei mal. Foi totalmente estranho. Quando vejo no replay, eu estava 10 cm fora da pista. Isso fez as rodas traseiras escorregarem, e minha traseira quebrou. Aí tentei corrigir mas escorreguei pra esquerda”, explicou o piloto.
O lance demorou a ser exibido, o que causou tensão pela demora. Porém, o piloto da equipe americana não tardou a se comunicar com o time pelo rádio e conseguiu deixar o que restou do carro por conta própria. Ele foi encaminhado ao centro médico do Circuito de Monte-Carlo e liberado no mesmo dia.
Com a batida, na volta 28, a direção de prova acionou bandeiras amarelas e o safety car virtual. Dois giros depois, a corrida foi interrompida com uma bandeira vermelha para a remoção do carro do trecho e a limpeza da pista, bem como a restauração da barreira.
A corrida, válida pela sétima etapa do campeonato, começou com 1h de atraso por causa de uma repentina e forte chuva que caiu na região. A pista demorou a secar e levou mais de 20 voltas até que todos os pilotos trocassem os pneus de chuva forte pelos compostos intermediários, antes dos secos.
Para a Haas, o domingo em Mônaco foi um dia pra esquecer. Pouco antes da batida de Schumacher, na volta 19, Kevin Magnussen havia abandonado a prova com problemas na unidade de potência.
“Foi um dia decepcionante para nós. Kevin estava muito rápido, só esperávamos para ultrapassar Bottas com o pit stop. Infelizmente, ele teve um vazamento de água. E claro, no que diz respeito a Mick, não é satisfatório ver outro grande acidente, mas temos que olhar para frente agora”, avaliou o chefe da equipe, Gunther Steiner.
Esse não foi o primeiro incidente sério protagonizado por Schumacher na temporada 2022. Na segunda etapa do ano, o GP da Arábia Saudita, o alemão bateu na classificação.
Seu carro ficou destruído e ele foi removido do monoposto, partido ao meio, pela equipe médica da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). O piloto foi encaminhado consciente ao Hospital Militar King Fahad e contato com a mãe, Corinna – esposa do heptacampeão Michael Schumacher -, mas acabou fora da corrida de domingo apesar da alta clínica.
Antigo rival do pai do campeão da Fórmula 2 de 2020 na F1, Fernando Alonso não escondeu o susto com o acidente, mas tentou explicar a razão do carro de Schumacher ter se partido, cena inicialmente chocante antes da confirmação do estado de saúde do alemão.
“Me lembro de Jeddah; o carro se partiu ao meio e a caixa de câmbio não estava mais no chassi, e foi assim de novo hoje. Felizmente ele está bem, mas foi um acidente muito ruim. Espero que possamos aprender algo com isso. Mas não tem nada a ver com o carro, e sim com o quão forte você bate nele. Esses carros são muito pesados, têm mais de 800 quilos, então a inércia com a qual você bate no muro é muito maior do que antes”, comentou o bicampeão da Alpine.
Sebastian Vettel, fã assumido de Michael além de amigo e mentor do jovem Mick, saiu em defesa do piloto que, nesta temporada, é ao lado de Nicholas Latifi (Williams) o único que ainda não pontuou:
“Fiquei feliz em ouvir no rádio que ele estava bem antes de eu chegar ao local do incidente. É fácil errar tão rápido. Não sei exatamente o que aconteceu com ele, eu não vi, mas o principal é que ele está bem. Não há dúvida de que ele é capaz de fazer muito mais do que está mostrando no momento. Mas vocês precisam dar um tempo a ele.”
Pierre Gasly também destacou o fato de que a direção de prova esperou por três voltas para paralisar a prova, e deu seu ponto de vista sobre o acidente:
“Foi chocante quando vi a caixa de câmbio completamente fora do carro. Levaram um tempo pra acionar a bandeira vermelha, mas foi a coisa certa a fazer. Fiquei um pouco surpreso por termos o safety car virtual e não o real, mas preciso rever a corrida, foi muito longa e muita coisa aconteceu.”