Sexta-feira, 19 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2020
Após um apagão no Amapá, o Ministério de Minas e Energia propôs a instalação de uma nova subestação de energia e a construção de uma linha de transmissão para reforçar o sistema elétrico e evitar um novo blecaute.
No mês passado, 14 dos 16 municípios dos Estados ficaram quase quatro dias sem energia e outros vinte dias com racionamento após uma explosão na subestação Macapá. A subestação atingida recebe 95% da energia consumida no estado.
De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Paulo Cesar Magalhães Domingues, a previsão é que os estudos necessários para a licitação sejam concluídos até abril de 2021. Nesse cronograma, a previsão é que os leilões sejam realizados em dezembro do ano que vem.
A intenção é construir uma segunda subestação na Capital do Estado, Macapá. Em relação à linha de transmissão, Domingues explicou que há duas possibilidades em estudos: conectar ao Sistema Interligado Nacional (SIN), ou seja, com todo o setor elétrico do País, ou com as usinas que geram energia para abastecer o Estado.
As propostas são baseadas em um estudo elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). “O ministério solicitou à Empresa de Pesquisa Energética [EPE] para fazer um estudo de identificação de alternativa para ampliar a confiabilidade ao suprimento de Macapá e as demais localidades ligadas à capital”, explicou o secretário.
Ele ressaltou que as soluções não estão sendo estudadas apenas para o Amapá, mas para todos os Estados que apresentam maior complexidade para o fornecimento de energia elétrica.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que não há possibilidade alguma de racionamento de energia ou blecautes no Brasil em função da situação hídrica. O período de estiagem, que levaram a baixa dos reservatórios de hidrelétricas, e a retomada do consumo de energia, obrigou o governo a acionar usinas termelétricas, que geram energia mais cara.
A piora nas condições de abastecimento de energia levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinar a volta da cobrança das bandeiras tarifárias imediatamente. Na última semana, a agência determinou o acionamento da bandeira vermelha 2, nível mais alto do sistema de bandeiras tarifárias. A medida representa uma cobrança adicional de R$ 6,24 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidores.
Em coletiva de imprensa, Albuquerque negou que tenha acontecido qualquer tipo de interferência do governo na decisão da Aneel. “Não há hipótese de interferência em nenhum dos órgãos vinculados à pasta. Respeitamos a competência”, afirmou.
A possibilidade de haver racionamento de energia elétrica no Brasil, por causa da falta de chuvas, foi levantada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi dada ao comentar o acionamento da bandeira tarifária pela Aneel. “O pessoal critica. Agora, se eu não fizer nada, daqui a um mês, se não chover, você pode ir para um racionamento, até poder ter apagão.”
Como o Estadão/Broadcast mostrou, no entanto, Os últimos dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que as preocupações com um eventual desabastecimento – como chegou a expressar o próprio presidente Jair Bolsonaro na semana passada – podem ficar para trás. A previsão do órgão para dezembro era que as vazões (quantidade de água que chega aos reservatórios) atingissem 47% da média histórica no Sudeste e 64% no Sul. Na primeira revisão de dezembro, a projeção subiu para 60% no Sudeste e 143% no Sul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.