Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de janeiro de 2021
Pelo menos quatro funcionários do governo Trump deixam seus cargos após a invasão do Congresso dos Estados Unidos por uma multidão de extremistas pró-Trump na quarta-feira (6). De acordo com a CNN, mais funcionários do alto escalão devem renunciar aos seus cargos na esteira dos atos violentos.
O vice-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Matt Pottinger, foi um dos membros da equipe de Trump que renunciou ao cargo, segundo a CNN. A rede americana cita fontes próximas a Pottinger para confirmar a demissão.
Na equipe da primeira-dama, Melania Trump, ao menos duas pessoas deixaram seus cargos. Uma delas foi a chefe de gabinete Stephanie Grisham, que não disse se sua renúncia foi uma reação à violência na capital do país. No entanto, uma fonte familiarizada com sua decisão disse que o ataque ao Congresso foi a gota d’água para ela.
“Foi uma honra servir ao país na Casa Branca. Estou muito orgulhosa de ter feito parte da missão da Sra. Trump de ajudar crianças em todos os lugares e orgulhosa das muitas realizações deste governo”, disse em um comunicado. Ela passou um ano como secretária de imprensa da Casa Branca antes de assumir a chefia de gabinete.
A secretária social Rickie Niceta, ligada a Melania, também renunciou, assim como a vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Matthews, disseram duas fontes à Reuters.
Segundo informou a CNN, alguns dos principais assessores do presidente Donald Trump, incluindo o conselheiro de Segurança Nacional Robert O’Brien, também estão considerando deixar o cargo. Além dele, o vice-chefe de gabinete Chris Liddell estaria pensando em renunciar, disse o site da TV, citando fontes que não quiseram se identificar.
No início da quarta-feira, O’Brien deu um passo incomum ao defender o vice-presidente Mike Pence, que se recusou a cumprir as ordens do presidente para rejeitar os resultados das eleições na sessão que preside no Congresso. O’Brien disse que ele demonstrou coragem.
“Acabei de falar com o vice-presidente Pence. Ele é um homem genuinamente bom e decente. Ele exibiu coragem hoje, como fez no Capitólio em 11 de setembro como congressista. Tenho orgulho de servir com ele”, disse O’Brien.
Retirada de Trump
O líder do partido Democrata no Senado dos Estados Unidos, Charles Schumer, de Nova York, defendeu nesta quinta (7), a retirada de Donald Trump da presidência do país por impeachment ou pela 25ª emenda. “O que aconteceu ontem no Capitólio foi uma insurreição contra os Estados Unidos incitada pelo presidente”, disse em comunicado. “Este presidente não deveria mais ocupar o cargo por nem mais um dia.”
Schumer afirmou que a “maneira mais rápida e efetiva” de tirar Trump do poder seria pela 25ª emenda.
Segundo este processo, o presidente pode ser destituído do cargo pelo vice mais a maioria do Gabinete, ou pelo vice e e um órgão designado pelo Congresso se eles determinarem que o presidente “é incapaz de exercer os poderes e deveres de seu cargo”. “Se o vice-presidente e o Gabinete se recusarem a se levantar, o Congresso deve se reunir para destituir o presidente”, disse Schumer.
A 25ª emenda também foi citada pelo deputado Adam Kinzinger, de Illinois. Também nesta quinta, ele se tornou o principal nome do partido Republicano a defender a retirada de Trump do poder.
“Infelizmente, ficou claro que não apenas o presidente abdicou de seu dever de proteger o povo americano e a Casa do Povo. Ele invocou e inflamou paixões que apenas alimentar a insurreição que vimos aqui”, disse Kinzinger. “Quando pressionado a se mover e denunciar a violência, ele mal o fez, ao mesmo tempo que se vitimou e parecia dar uma piscadela e um aceno de cabeça para aqueles que o faziam.”
Kinzinger afirmou que invocar a 25ª emenda é uma forma de “acabar com este pesadelo”.
Liderada pelos democratas, a Câmara aprovou impeachment de Trump no ano passado em processo relacionado à questão da Ucrânia, mas o presidente foi absolvido pelo Senado, liderado por republicanos.