Sexta-feira, 08 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de maio de 2024
O Estado responsável por 70% da produção nacional do cereal.
Foto: Geraldo Bubniak/AENO arroz a ser importado para garantir a manutenção dos preços no mercado interno vai custar ao consumidor final no máximo R$ 20, no caso de um pacote de 5 quilos.
Isso se acontece pois o governo federal pretende importar até uma tonelada do cereal para evitar aumento de preços por causa das chuvas no Rio Grande do Sul. O Estado responsável por 70% da produção nacional do cereal.
Segundo estimativas de técnicos, para assegurar esse valor para os consumidores, o governo deverá conceder, em média, subsídio de R$ 5. Os R$ 20 por pacote já consideram a margem de venda de pequenos comerciantes, mercados e mercearias, para quem o arroz será vendido.
Consulta aos sites das principais redes de supermercados mostra valores maiores atualmente para o produto, na faixa de R$ 29 para esse volume. Na primeira fase, serão importadas cem mil toneladas de arroz, descascado e empacotado de países do Mercosul, que têm vantagem de isenção tributária. A maior parte deve vir do Paraguai, que já é o maior vendedor de arroz ao Brasil.
Como a meta do governo é atingir um milhão de toneladas, outros mercados como Tailândia e Vietnã serão buscados porque não há potencial de importar tudo dos países do Mercosul, disse o interlocutor.
O governo vai publicar dois editais, um para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) possa importar o produto e outro para distribuição. O plano é lançar o primeiro edital nesta semana para iniciar embarques na próxima. O governo avalia que grandes redes não precisam de apoio. Empresas privadas já estão trazendo arroz de países como a Tailândia.
Antes das chuvas no Rio Grande do Sul, os preços do arroz ensaiavam uma queda nos supermercados, após sete meses seguidos de alta. Este ano, até abril, o cereal registrou aumento de 7,21%, segundo a pesquisa mensal de inflação do IBGE.
O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção de arroz no País. Boa parte da safra já havia sido colhida antes da tragédia climática. Mas o impacto das inundações sobre os armazéns e as dificuldades de escoar a produção do estado para o resto do País deve afetar os preços nos próximos meses.
A produção é muito ajustada ao seu consumo, em torno de dez milhões de toneladas por ano. Ou seja, em situações normais, o Brasil quase não compra arroz do exterior.
Antes das chuvas, a previsão era de uma safra de 7,4 milhões de toneladas de arroz no Rio Grande do Sul este ano. Segundo a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, o estado já havia colhido 78% da área plantada, ou seja, restava colher 1,6 milhão de toneladas de arroz.
“As tempestades deixaram as lavouras debaixo d’água, inviabilizando as atividades de campo. Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal”, afirma a consultoria, em relatório.