Quarta-feira, 10 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2025
Espécie é conhecida popularmente como camboatã, marmelinho ou leiteiro
Foto: Rogério Otávio Schmidt/Divulgação/SmamusUma espécie ameaçada de extinção foi identificada pela primeira vez em área natural de Porto Alegre. Trata-se da Brosimum glaziovii Taub, conhecida popularmente como camboatã, marmelinho ou leiteiro.
O registro ocorreu em abril, no bioma da Mata Atlântica, durante trabalho da equipe da Smamus (Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade), em cooperação técnica com o pesquisador Martin Molz, do Museu de Ciências Naturais do Jardim Botânico do Rio Grande do Sul.
O exemplar foi localizado no terreno da antiga sede da Associação dos Professores do RS, na rua Jacarandás, região da Ponta Grossa. Até então, a espécie nunca havia sido identificada em levantamentos anteriores realizados em áreas naturais da Capital.
A partir deste registro, a Brosimum glaziovii Taub passa a ser considerada de ocorrência autóctone (ou seja, nativa) e extremamente rara em Porto Alegre. Segundo avaliação da equipe, o vegetal possui 13,5 metros de altura e apresenta bom estado de saúde.
A árvore é classificada como “Em Perigo de Extinção” (EN), conforme o Decreto Estadual nº 52.109, de 19 de dezembro de 2014, que trata da flora nativa ameaçada no Rio Grande do Sul.
Após a identificação, o exemplar foi cadastrado como matriz de sementes pelo Viveiro Municipal, que aguarda a produção para iniciar a propagação de novas mudas. “A preservação da Brosimum glaziovii Taub representa um avanço importante tanto para a conservação da biodiversidade local quanto para o fortalecimento do conhecimento científico sobre espécies nativas”, explica Rogério Otávio Schmidt, engenheiro agrônomo e chefe da equipe de produção vegetal do Viveiro Municipal da secretaria.
Viveiro Municipal
Com 3,5 hectares de área, o espaço dedica 2,5 hectares à produção de mais de 120 espécies nativas do Rio Grande do Sul, incluindo árvores, arbustos e herbáceas. O trabalho realizado no local valoriza a flora regional e contribui para a conservação do patrimônio natural da cidade.