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Geral As doenças cardíacas podem ser consequência do diabetes, mas o problema parece não gerar tanta preocupação assim

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Atualmente, os exames disponíveis para auxiliar no diagnóstico da doença são os testes de glicemia em jejum, a hemoglobina glicada e o teste oral de tolerância à glicose. (Foto: Reprodução)

Doenças cardíacas podem ser consequência do diabetes, mas o problema parece não gerar tanta preocupação assim. Uma pesquisa de 2017 feita pelo Ibope Inteligência mostrou que, no Brasil, o maior medo dos diabéticos em relação à doença é amputar algum membro do corpo, indicado por 32% deles. Ter alguma enfermidade cardiovascular, que inclui enfarte e acidente vascular cerebral (AVC), era o temor de apenas 3%.

Um estudo mais recente, realizado entre maio e junho deste ano, revelou que, embora 62% dos brasileiros com diabete tipo 2 tenham sido diagnosticados há mais de cinco anos, 90% deles sentem falta de mais informações durante o tratamento.

O levantamento indicou também que 80% desse grupo apresenta pelo menos um dos indícios de possível comprometimento cardiovascular: tontura, dores no peito e nas pernas, falta de ar ou palpitação no peito. Ainda assim, para 60% deles, as informações relacionadas ao coração foram insatisfatórias ou não mencionadas pelos médicos na última consulta para controle da diabete.

Para alertar a população em geral e, principalmente, aqueles que vivem tendo de controlar a glicemia, a campanha Quem Vê Diabetes Vê Coração, em parceria com a ADJ Diabetes Brasil, vai realizar exames gratuitos de glicemia (ponta de dedo) e colesterol na Avenida Paulista, na altura do Conjunto Nacional, entre esta sexta-feira (27), e domingo (29). O último dia coincide com o Dia Mundial do Coração.

Além dos testes de saúde, a ação vai levar jogos educativos sobre a relação da diabete com doenças cardiovasculares e uma exposição de fotografias produzidas por pessoas com diabete. O marco da ação será uma ampulheta gigante para simbolizar a importância do tempo na luta contra a falta de informação sobre o assunto.

Cáries

Nas manhãs de quarta-feira, a clínica de Odontologia do Hospital Universitário de Brasília recebe pacientes que, além do tratamento dentário, fazem acompanhamento do diabetes. A relação da doença endocrinológica com problemas bucais é uma das mais bem-estabelecidas em pesquisas que investigam o impacto da periodontite e das cáries no organismo como um todo e vem sendo estudada há mais de meio século. O Projeto Diabetes, iniciado em 2005, não apenas presta um serviço clínico à população, mas tem ajudado a entender melhor os mecanismos por trás dessa associação e já resultou em artigos publicados em revistas científicas internacionais.

Dez professores, cinco especialistas e 10 pós-graduandos participam do projeto de extensão, que atende a uma média de 100 pacientes. “Quando começamos, era um projeto bem menor. Mas percebemos que ele não poderia se resumir ao atendimento clínico. Por isso, foram sendo inseridas diferentes abordagens científicas”, explica a coordenadora, professora Maria do Carmo Machado Guimarães. Ela conta que, atualmente, há nove pesquisas em andamento. Algumas tiveram resultados preliminares publicados e apresentados em congressos, enquanto outras estão em fase de publicação.

Um dos estudos que deve ser divulgado em breve em uma revista internacional investiga os níveis de citocinas inflamatórias em diabéticos com doença periodontal. A pesquisa, da aluna de mestrado Mariana Caldas de Oliveira Mattos, avalia os marcadores de inflamação na saliva e no plasma dos pacientes. “A periodontite é a sexta maior complicação do diabetes. Já se sabe que a melhora do controle glicêmico também melhora a doença periodontal, mas queremos ver o inverso”, explica a estudante da pós-graduação. “A ideia é descobrir se o tratamento periodontal consegue melhorar o controle glicêmico”, diz.
A pesquisa envolve 47 pessoas, divididas em quatro grupos: saudáveis (para comparação), pacientes só com diabetes, pacientes só com periodontite e aqueles com ambas as condições. Exames de sangue e saliva que serão avaliados por uma equipe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro permitirão descobrir se a redução das inflamações características da doença bucal terão impacto sobre as taxas de glicemia das pessoas com diabetes.
De acordo com um artigo da Associação Dental Norte-Americana, estudos internacionais realizados nos últimos 50 anos indicam que o risco de desenvolver cárie, gengivite e periodontite é maior em pacientes com diabetes que têm controle glicêmico pobre; aqueles que fazem um manejo adequado da doença apresentam menos problemas bucais. A Terceira Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos, que incluiu milhares de pessoas, mostrou que diabéticos com taxas descontroladas têm até três vezes mais periodontite, comparados aos que mantêm os níveis adequados e às pessoas saudáveis. O controle pobre da glicemia também elevou a probabilidade de perda dental progressiva e destruição do osso alveolar, que dá sustentação à dentição.
tags: Saúde

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