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Brasil As mensagens em grupos de WhatsApp foram o principal meio de mobilização para os protestos contra a passagem da caravana de Lula pela Região Sul

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Atos contaram com a participação de simpatizantes de Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

“Pela família, decência, moral e ética!”, anunciava um outdoor na entrada da cidade de São Miguel do Iguaçu (PR). Foi ali, na rodovia BR-277, que no dia 26 de março um grupo de manifestantes atirou pedras e ovos contra um ônibus de empresa privada, acreditando que o veículo fizesse parte da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Região Sul do País.

Assim como em outros municípios pequenos que se prepararam para a chegada do líder petista, a mobilização se deu por meio das mídias sociais e do tradicional boca-a-boca. Nos ataques à comitiva, acabaram tendo um papel secundário os grupos que haviam tomado as ruas em 2016 para pedir o impeachment da então presidenta Dilma Rousseff, como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o VPR (Vem Pra Rua).

Dessa vez, tiveram importante papel empresários locais, agricultores e simpatizantes do deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

O outdoor com a imagem de Bolsonaro fica em frente a uma tradicional transportadora de São Miguel. Há 60 dias, o dono do espaço, Derli Azevedo, preferiu utilizá-lo para apoiar o polêmico pré-candidato ao Planalto, em vez de divulgar os seus serviços de sua empresa. “O país quebrou, meu amigo”, diz ele.

Conforme Azevedo, o ato não teve líderes e a ideia circulou em grupos de WhatsApp da cidade, alguns deles com mais de 300 participantes: “Nossa ideia surgiu a partir de uma conversa de bar, com todo mundo revoltado. Tinha colono que eu nunca vi na vida e até padre, não sei de onde brotou essa gente”.

Presidente do Patriota (partido com o qual Bolsonaro chegou a negociar filiação, antes de migrar para o PSL) de São Miguel do Iguaçu, o empresário admite que muitos o consideram um sujeito “quadrado”. E acrescentou: “O meu sonho é que os militares tomem conta dessa *p aqui, para vagabundo vai ter que trabalhar. Isso não é justo, cara! Se você não trabalha, não come.”

O empresário se diz fã de Bolsonaro, mas discorda que o deputado federal seja “o” cara, e sim um presidenciável que apenas fala o que o povo quer ouvir: “Está dando aquele suporte de segurança para aquele fazendeiro que está sendo ameaçado, que está com medo de perder suas terras para os índios. Então o que o Bolsonaro faz? Diz que índio vai para o mato, que lá é o lugar dele”.

Quando questionado sobre o que os manifestantes gostariam de fazer com o ex-presidente, ele abaixou o tom: “Foi um protesto. Se alguém jogou uma pedra no ônibus, foi contra a vontade da organização, isso não se faz.”

Tratores

Em uma corrente que circulou nos grupos online da região, organizadores pediram tratores para bloquear a passagem da caravana. “Quem puder levar tratores para um ‘tratoraço’!”, apregoava o texto. “Compartilhe nos grupos de ‘watts’.”

Em Santa Cruz do Ocoy, uma vila agrícola a 15 quilômetros dali, Um colono que não quis se identificar contou que foi convidado para o protesto por um colega de atividade. “Olha o que estamos sofrendo aí na agricultura, olha o preço do combustível. Ainda mais o Lula chamando a gente de mercenário, mau pagador de dívida.”

Durante a conversa, o agricultor disse: “Vem mais bomba aí!”. E mostra uma corrente compartilhada no grupo de WhatsApp “Juntos por São Miguel”. O boato, atribuído falsamente a um veículo de jornalismo profissional, diz que a Petrobras, em decorrência da Operação Lava-Jato, seria processada por 16 países e teria que pagar R$ 1,5 trilhão em indenizações.

Segundo a notícia falsa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente Michel Temer estariam ameaçando o juiz federal Sérgio Moro por meio da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Ovos

Em Céu Azul (PR), cidade de cerca de 12 mil habitantes, o estudante de direito Sidnei Ferreira, 36 anos, foi um dos organizadores de um ataque com ovos que ficou só na promessa, pois caravana de Lula também não passou por ali.

Eles esperavam que o petista deixasse Foz do Iguaçu de ônibus, passando por Céu Azul para chegar a Quedas do Iguaçu, onde discursou. O ex-presidente, no entanto, foi de avião até Pato Branco e depois a caravana seguiu para Laranjeiras do Sul, no trajeto em que dois ônibus da comitiva acabariam atingidos por tiros, motivando um inquérito da Polícia Civil.

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