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Brasil As vendas de caminhões no Brasil já cresceram mais de 50%. A necessidade de renovação e compra de veículos próprios após a greve dos caminhoneiros puxaram o movimento

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A procura por novos caminhões ocorre em uma velocidade maior do que a imaginada pela indústria. (Foto: Reprodução)

A procura por novos caminhões ocorre em uma velocidade maior do que a imaginada pela indústria, que reduziu sua capacidade produtiva no auge da recessão. O resultado é que o comprador pode ter que esperar mais pelo veículo desejado. O prazo para entrega, que costumava não passar de três meses, agora pode chegar a seis meses. Apesar do forte crescimento das vendas, que neste ano superam os 50%, a volta ao patamar de mais de 100 mil veículos só deve ocorrer em 2020. As informações são do jornal O Globo.

“As pessoas e as empresas querem um caminhão novo, mas nem todo mundo estava adequado para esse aquecimento. A demora na entrega acontece porque a demanda está maior do que a oferta, e a indústria tinha se adequado para outra realidade”, avalia Raphael Galante, economista da Oikonomia Consultoria.

A realidade a que Galante se refere é a deterioração das vendas de caminhões no Brasil. Até 2014, eram comercializados mais de 100 mil desses veículos ao ano, sendo que o auge foi atingido em 2011, com 168.941 caminhões nacionais licenciados. Esses números foram definhando, e este ano, mesmo com a melhora, o total deverá ficar pouco acima dos 70 mil. No acumulado de janeiro a setembro, já são 51.546 unidades, um crescimento de 51,2% em relação a igual período de 2017.

Esse crescimento recente se dá, principalmente, pela necessidade de renovação das frotas. Os donos de caminhões seguraram o máximo que puderam, mas a idade dos veículos começa a exigir muita manutenção, o que leva à necessidade de troca.

“Os frotistas fazem as contas. O custo de manutenção começa a subir quando o caminhão já tem mais de cinco ou seis anos de uso. Então eles se antecipam à melhora da economia e já fazem essa renovação gradual. Mas as montadoras ainda não estão com todos os turnos ativados”, explica Galante.

Maurício Lima, diretor da Ilos Logística, lembra que a busca por frota própria, após a paralisação dos caminhoneiros, em maio, é outro motivo para manter o aquecimento das vendas.

Gustavo Moscatelli, diretor financeiro do Grupo Vamos, que faz locação de caminhões e tem também concessionárias desses veículos, lembra que, em geral, a espera era de 90 dias, mas em alguns casos já subiu para 180 dias.

Na avaliação de Roberto Leoncini, vice-presidente da Mercedes-Benz Caminhões, o que estimulou a demanda foi o setor de agronegócio e os operadores logísticos, como aqueles que transportam combustível e produtos químicos:

“Essa é uma carga perigosa, e os grandes operadores acabam tendo que fazer a renovação após cinco ou sete anos de uso. Agronegócio, mineração e alguns pequenos movimentos no varejo também ajudaram, mesmo com a economia crescendo menos que o esperado.”

Apesar desse crescimento, a montadora elevou de um para dois turnos apenas alguns setores das fábricas, mais ligados à produção de componentes. Para Leoncini, no caso de alguns modelos, como os veículos mais pesados, o tamanho do pedido e o momento em que ele é feito podem jogar para frente os prazos da entrega, mas nada fora do controle.

“Você tem alguns segmentos em que os prazos estão mais longos. No caminhão pesado ia de oito a 12 semanas, que agora foi dilatado em algumas semanas. E em alguma localidade você pode ter muitos clientes comprando ao mesmo tempo, aí você fraciona a entrega. Uma parte é jogada mais para frente”, explica.

O executivo, que espera que a montadora eleve a participação de mercado neste ano, vê um crescimento forte também em 2019, estimado entre 20% e 30%.

Avaliação similar tem Roberto Cortes, presidente da MAN, divisão de caminhões da Volkswagen. Ele também espera um crescimento de dois dígitos no ano que vem. Ainda assim, não tem previsão de aumentar os turnos de produção da fábrica em Resende – já foram três, mas hoje há apenas um. Ainda assim, acredita que é possível atender à demanda.

“Quando tem um crescimento de demanda como o que vimos, um segmento específico pode ter um prazo de entrega maior, mas não muito mais que três meses. Os modelos pesados e extrapesados não têm pronta-entrega, e aí os prazos de entrega ficam maiores”, diz Cortes.

Ele afirma que a empresa está com um crescimento um pouco acima do mercado, sendo que as vendas de alguns modelos, como os mais pesados, já quase dobraram em relação a 2017:

“A confiança na economia está sendo retomada aos poucos. Nosso negócio é uma decisão de investimento. O empresário acreditar no Brasil é um fator importante. O segundo fator é a taxa de juros, que está baixa.”

O melhor ano do setor foi 2011, quando os donos de caminhões anteciparam a renovação das frotas para evitar a entrada do padrão P7 de controle e poluição do ar – os caminhões produzidos a partir de 2012 são menos poluentes, mas também mais caros.

tags: Brasil

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