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Colunistas Até para fechar?

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A burocracia patrimonialista brasileira, mais sólida do que o Pão de Açúcar, impõe sobre nós a obrigatoriedade dos impostos. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Como se não bastasse a dificuldade para o empreendedor abrir uma empresa no Brasil, devido às diversas regulações do Estado, eles também veem-se envoltos em verdadeira maratona para colocar um ponto final nessa agonia, ou seja, para fechar a empresa quando bem entenderem. Somos estimulados a não abrir e a não fechar empresas. A burocracia é tanta que, no meio do processo, aparece a vontade de desistir do encerramento. Para muitos, o motivo da demora são dívidas pendentes ou questões societárias mal resolvidas, porém, para outros, não há explicação lógica para tal demora.

O encerramento das atividades após tanta dedicação, planejamento e investimento é momento difícil e muito delicado para qualquer empreendedor, porém, nesse ambiente tão hostil no qual estamos inseridos, é inevitável que muitas das empresas passem por esse infortúnio. Ouvimos de amigos, parentes e conhecidos histórias diversas sobre a dificuldade de criar um negócio, dos entraves e das frustrações quando se iniciam as atividades. Como se já não bastasse isso, o fechamento desse ciclo penoso, por muitas vezes ocasionado pela falta de políticas de incentivos governamentais – incentivos esses que seriam a simples não intervenção –, ainda temos uma série de procedimentos que cansam e frustram qualquer vontade humana. Obviamente isso se dá quando as relações são com repartições públicas e governos.

Na hora de fechar, além dos trâmites contábeis e legais, o brasileiro tem de ter fôlego e uma dose extra de paciência, pois, se outrora disseram que houve simplificação nesse processo, estavam extremamente equivocados. Além de diversos procedimentos necessários, fechar a empresa é 40% mais caro do que abri-la, justamente por causa da burocratização envolvida nesse processo. Os honorários contábeis ficam mais caros, pois são necessários distrato social, baixa no CNPJ, inscrição estatual, municipal, dentre outros procedimentos.

A burocracia patrimonialista brasileira, mais sólida do que o Pão de Açúcar, impõe sobre nós a obrigatoriedade dos impostos. Como se não bastasse isso, somos forçados a aceitar corrupção e péssimos serviços públicos. A insanidade para fechar uma empresa é, certamente, obstáculo para o crescimento do País. Em um mundo dinâmico como o atual, é a velocidade das decisões que importa. Enquanto isso, estamos presos à vontade de poucos inúteis em Brasília, que estão consolidados na pedra filosofal do atraso.

Nina Mazzali empresária e associada do IEE

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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