Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2025
Apesar do resultado positivo registrado no IDI-RS de abril, cenário ainda é desfavorável para a indústria do RS
Foto: CNI/DivulgaçãoPuxado pelas altas do faturamento real, horas trabalhadas, massa salarial real e emprego, o IDI-RS (Índice de Desempenho Industrial), divulgado nessa segunda-feira (9) pela Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), cresceu 1,2% em abril, na comparação com março.
“Mesmo com esse resultado positivo, o panorama geral para a indústria gaúcha permanece desfavorável, pois a atividade do setor continua com influência forte da incerteza nos mercados doméstico e externo, além de uma política monetária bastante restritiva”, diz o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier, destacando que essa situação ocorre apesar da resiliência do mercado de trabalho, que continua a demonstrar crescimento no emprego e na renda.
A alta de abril, a primeira em cinco meses, permitiu ao índice recuperar parte da retração acumulada de 4,2% entre dezembro e março, período em que o IDI-RS apresentou três quedas e uma estabilidade.
Esse aumento de abril refletiu o desempenho positivo do faturamento real (2,1%), das horas trabalhadas na produção (1,9%), da massa salarial real (2,6%) e do emprego (0,3%). No entanto, as compras industriais caíram 6% e a UCI (utilização da capacidade instalada) recuou 0,7 ponto percentual, atingindo 78%.
Apesar dessa recuperação na passagem mensal, os resultados mostram um quadro negativo se comparado com o ano passado. Em abril, o IDI-RS registrou retração de 3,5% em relação ao mesmo período de 2024. Foi a mais intensa desde maio do ano passado, devido, em parte, ao menor número de dias úteis em abril de 2025 (20, contra 22 de abril de 2024).
A taxa acumulada do IDI-RS em 2025, que estava positiva em 0,5% entre janeiro e março, passou a 0,5% negativo entre janeiro e abril. Na comparação com o primeiro quadrimestre de 2024, os componentes do índice de atividade industrial apresentam um cenário misto.
Apesar dos aumentos de 1% no emprego, 2% na massa salarial real e 2,4% nas compras industriais, a indústria gaúcha registrou um faturamento real 2,5% menor, além de reduções de 1,9% nas horas trabalhadas na produção e de 1,6 ponto percentual na utilização da capacidade instalada (79,4% para 77,8%).
Mesmo com esse desempenho agregado negativo, nove dos 15 segmento analisados cresceram de atividade nos primeiros quatro meses de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Máquinas e equipamentos (7,8%), Equipamentos de informática e produtos eletrônicos (41,7%), Bebidas (12%) e Produtos de metal (2,7%) deram as maiores contribuições positivas.
Em sentido contrário, as maiores perdas ocorreram em segmentos como Couros e calçados (-7,7%), Veículos automotores (-4,9%) e Tabaco (-17,1%), que se destacaram negativamente pelo impacto no resultado global.
“Diante desse cenário, a indústria gaúcha vem perdendo dinamismo desde o pico de recuperação atingido em novembro do ano passado. É improvável que retome um crescimento consistente enquanto a incerteza econômica e os juros permanecerem elevados”, reforça Claudio Bier.
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