Contudo, independentemente da idade, é essencial consultar um médico antes de iniciar uma atividade física. Idosos podem praticar qualquer tipo de esporte, desde que os próprios limites sejam respeitados e que não haja problemas de saúde que impeçam a prática. “Existem, por exemplo, restrições cardiovasculares em exercícios intensos. É preciso checar ainda as artroses (desgastes da cartilagem) que podem acontecer por falta de exercício anterior, em uma idade menos avançada, ou condições genéticas que podem acarretá-las”, avisa o ortopedista Nemi Sabeh Júnior, da On Body Evolution, e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino.
Não espere envelhecer
Preparar o corpo para um envelhecimento saudável é muito melhor do que tentar reverter os problemas que surgem com a idade. Assim, o ideal é adotar um programa de treinos e uma alimentação que permita aumentar a massa magra ainda na juventude e conservá-la. “Sabemos que a absorção do cálcio nos primeiros anos de vida é muito melhor do que nos últimos 10 ou 20 anos. O idoso tem uma diminuição muito grande de fabricação de vitamina D, que adere ao cálcio e é absorvida – isso acontece principalmente pela falta de sol e pela dificuldade de absorção da vitamina por problemas intestinais. São fatores que podem diminuir o cálcio e, consequentemente, a densidade óssea”, explica Nemi Sabeh Júnior.
Esses cuidados, contudo, devem permanecer por toda a vida. Não adianta, por exemplo, ter uma alimentação adequada em nutrientes e ser ativo na infância se, na vida adulta, esses hábitos forem abandonados. Estocar cálcio durante a juventude para que ele seja utilizado pelos ossos na velhice não é uma recomendação muito útil, salienta o ortopedista. Mas isso não quer dizer que uma pessoa que foi sempre sedentária não possa começar um exercício na terceira idade. “Quem quiser começar aos 50, 70 ou 80 anos, vale a pena. A prática vai fazer com que o osso ‘acorde’, o cálcio seja melhor absorvido, haja mais formação muscular e mais vascularização. O que não pode é ultrapassar a intensidade e o volume indicados para cada pessoa”, diz o ortopedista.