Terça-feira, 12 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2024
A ação é organizada pela Aliança Solar, união entre INEL (Instituto Nacional de Energia Limpa) e MSL (Movimento Solar Livre).
Foto: José Cruz/Agência BrasilUm ato que visa defender o uso da energia solar e também protestar contra as reprovações de novas instalações por parte das distribuidoras de energia está marcado para ocorrer nesta sexta-feira (1), das 14h às 17h, em frente à sede administrativa da RGE, em São Leopoldo. Um protesto similar também será realizado em Campinas (SP), na sede da CPFL.
“Nós queremos evidenciar o que a energia solar tem de bom para a sociedade. O objetivo da manifestação também é chamar a atenção para essa nova revolução energética que tem que acontecer, com as pessoas gerando a própria energia junto ao local de consumo”, explica Renato Zimmermann, ativista pela modernização do sistema elétrico brasileiro.
A ação é organizada pela Aliança Solar, união entre INEL (Instituto Nacional de Energia Limpa) e MSL (Movimento Solar Livre), e alega que as concessionárias não têm cumprido a regulamentação, que exige a apresentação de um relatório detalhado ao reprovar uma nova instalação devido ao fluxo inverso de potência e a apresentação de cinco alternativas.
O fluxo inverso ocorre quando consumidores da geração distribuída injetam a energia produzida nas placas solares na rede administrada pelas concessionárias. A troca é feita por meio de um relógio bidirecional, que faz a contabilidade da energia excedente, colocada na rede, e a energia consumida nos momentos em que a produção própria não é suficiente.
Entretanto, os momentos de pico de geração, entre 10h e 16h, quando há maior incidência de luz do Sol, muitas vezes não exigem a ajuda dos produtores solares para suprir a demanda das concessionárias. Por conta disso, as distribuidoras têm oferecido a opção de injeção de energia à noite, quando a demanda é mais alta e necessária, porém inviabiliza a geração pela energia solar, explica Zimmermann.
“Muitas concessionárias têm utilizado respostas padronizadas para reprovar projetos, sem o devido embasamento técnico. É importante ressaltar que as concessionárias não podem vetar um projeto, elas são obrigadas a apresentar alternativas para que o consumidor possa acessar a rede e injetar a energia no circuito elétrico público”, argumentam as entidades.
Para além da manifestação desta sexta-feira, o ativista Renato Zimmermann reforça a importância da energia solar como garantia energética nos momentos em que as concessionárias não possam fornecer o serviço. “Quem coloca placas solares hoje está muitas vezes olhando para o benefício de reduzir sua conta. Mas quem instala esse sistema tem também uma garantia se faltar energia, seja porque as hidrelétricas estão sem água nos reservatórios ou por temporal, enchente, teremos picos de calor que podem gerar apagões nos próximos meses. Então a escolha pela energia solar fornece sobretudo uma segurança energética”, defende.