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Política Auditores da alfândega já monitoravam viagens de ex-ministro antes de apreensão de joias

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Apesar de Bento Albuquerque ter liderado o Ministério de Minas e Energia por apenas cinco meses em 2022, o almirante chegou a realizar sete viagens internacionais.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Apesar de Bento Albuquerque ter liderado o Ministério de Minas e Energia por apenas cinco meses em 2022, o almirante chegou a realizar sete viagens internacionais. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

A agenda de viagens internacionais do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e de sua comitiva já era alvo de monitoramento por auditores da alfândega. A intensidade dos compromissos fora do País – dez viagens para o exterior em um único ano – já havia chamado a atenção dos órgãos de fiscalização.

Os dados oficiais mostram que as viagens constantes do ministro e sua comitiva só cessaram em 2020, quando eclode a pandemia do coronavírus. Só em 2019, foram dez viagens ao Exterior, englobando países como Israel, Estados Unidos, Argentina, Japão, China, Áustria, França e Espanha. Em alguns compromissos, o então ministro acompanhou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outros, seguiu com sua comitiva para eventos ligados ao setor de minas e energia.

Em 2020, com a pandemia, o número de viagens caiu consideravelmente, resumindo-se a três compromissos. Albuquerque esteve apenas na Índia, nos Estados Unidos e na Áustria, para a conferência anual do setor elétrico. Em 2021, o ritmo voltou a se acelerar, mesmo com as restrições impostas pela covid. Naquele ano, Bento Albuquerque participou de seis encontros internacionais. Passou pelos Estados Unidos, Áustria, Rússia, Inglaterra e Emirados Árabes. Foi em outubro de 2021 que o então ministro fez a visita à Arábia Saudita.

Antes de voltar ao Brasil no dia 26 de outubro de 2021 e tentar entrar no Brasil de forma ilegal com as joias dadas a Bolsonaro pelo regime saudita, Bento Albuquerque teve compromissos durante quatro dias, incluindo encontro com o príncipe Abdulaziz bin Salman Bin Abdulaziz Al-Saud, ministro de Energia da Arábia Saudita, e o príncipe Mohammed bin Salman. Foi na despedida desta viagem que, quando deixava o hotel com a sua comitiva para retorno ao Brasil, o regime árabe entregou os presentes milionários para Bolsonaro.

No mês seguinte, em 19 de novembro, quando a Receita já havia retido as joias de diamantes, Bento Albuquerque teve uma conversa por telefone com o ministro de Energia da Arábia Saudita. Em 22 de novembro, ele participou de uma reunião no Ministério das Relações Exteriores, com o embaixador Carlos França. Três dias depois, fez uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino da Arábia Saudita.

Apesar de Bento Albuquerque ter liderado o Ministério de Minas e Energia por apenas cinco meses em 2022 – de janeiro a maio -, o almirante chegou a realizar sete viagens internacionais neste curto período, passando por países como Suriname, Guiana, Uruguai, Portugal, Rússia e Índia.

Negócios

As relações que o governo Jair Bolsonaro mantinha com o regime da Arábia Saudita envolveram anúncios de acordos bilionários feitos diretamente pelo então presidente Bolsonaro e Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Dois anos antes da comitiva do então ministro de Minas e Energia deixar a Arábia Saudita com pacotes de joias de diamantes avaliados em cerca de R$ 16,5 milhões, Bolsonaro esteve em Riade, capital do país árabe, para celebrar acordos comerciais que envolviam US$ 10 bilhões (R$ 51,7 bilhões no câmbio atual).

No dia 29 de outubro de 2019, Bolsonaro celebrou a assinatura de um acordo que previa o investimento bilionário no Brasil, por meio do Fundo de Investimento Público saudita (PIF), que exploraria “oportunidades em parceria com o governo brasileiro”.

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