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Mundo Áustria é o primeiro país da União Europeia a proibir o glifosato, o principal agrotóxico utilizado na produção de soja

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O glifosato é comercializado sob várias marcas, mas a mais conhecida é a Roundup, da Monsanto. (Foto: Reprodução)

O Parlamento da Áustria aprovou nesta semana uma proibição total do agrotóxico glifosato, transformando o país no primeiro da União Europeia (UE) a frear por completo o pesticida em nome do “princípio de precaução”.

Uma maioria de deputados votou a favor da emenda proposta pelo partido socialdemocrata SPO, em função da qual “a introdução no mercado” de produtos com glifosato está “proibida em nome do princípio de precaução”.

A proibição, que seus opositores consideram contrária à regulamentação europeia, recebeu apoio do partido de extrema direita FPÖ.

O glifosato é comercializado sob várias marcas, mas a mais conhecida é a Roundup, da Monsanto, que desde o ano passado faz parte do grupo químico alemão Bayer.

O pesticida mais usado no mundo é classificado como “provável cancerígeno” desde 2015 pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, por ora segue suas agências científicas, que não classificou a substância como cancerígena.

Linha do tempo do glifosato

Dez fatos importantes na história do agrotóxico mais usado no Brasil:

1950 – Descoberta da molécula do glifosato pelo químico suíço Henri Martin, da farmacêutica Cilag.

1970 – O químico John E. Franz, da Monsanto, desenvolve herbicidas à base de glifosato. O produto já era usado pela Stauffer Chemical para limpar metais.

1974 – Monsanto passa a produzir herbicidas de glifosato em escala industrial, inicialmente para produção de borracha na Malásia e trigo no Reino Unido.

1995 – Chegam ao Brasil as sementes transgênicas de soja, milho e algodão Roundup Ready, da Monsanto, resistentes ao glifosato. As vendas saltam a partir de 2005, com a liberação da soja transgênica, e transformam o produto no herbicida mais usado nas lavouras.

2000 – Patente da Monsanto expira e o glifosato vira princípio ativo de mais de 2 mil produtos de diversas outras empresas. Hoje, no Brasil, mais de 100 agrotóxicos contêm glifosato.

2015 – Estudo da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), associa o glifosato ao câncer, descrevendo-o como um “provável causador” da doença.

2016 – Um painel com representantes da OMS e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) dão parecer positivo ao glifosato quando a exposição se dá de forma limitada e por meio do consumo de alimentos.

2018 – A Bayer conclui a compra da Monsanto por US$ 63 bilhões (R$ 248 bilhões), a maior já feita pela empresa alemã no exterior, criando a maior companhia de pesticidas e sementes do mundo.

2018 – Bayer é condenada a pagar US$ 289 milhões (R$ 1,1 bilhão) ao ex-jardineiro Dewayne Johnson, que teve câncer por exposição prolongada ao glifosato. Em março de 2019, foi condenada a pagar US$ 80 milhões (R$ 315 milhões) a Edwin Hardeman, por não alertar sobre os riscos do produto.

2019 – Anvisa faz reavaliação do glifosato, iniciada em 2008, e permite seu uso no Brasil. Afirma que a substância “não apresenta características mutagênicas e carcinogênicas”. A agência avaliou 16 pareceres próprios e 3 externos. Até 6 de junho estão abertas as consultas públicas sobre o glifosato no país.

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https://www.osul.com.br/austria-e-o-primeiro-pais-da-uniao-europeia-a-proibir-o-glifosato-o-principal-agrotoxico-utilizado-na-producao-de-soja/ Áustria é o primeiro país da União Europeia a proibir o glifosato, o principal agrotóxico utilizado na produção de soja 2019-07-03
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