Quinta-feira, 19 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2023
A aproximação de um voo que saiu de Porto Alegre em direção ao Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (7), foi atrapalhada por um balão que caiu próximo à área da pista de pouso e decolagem. O controle de tráfego aéreo chegou a cancelar a aterrissagem de um outro voo e adiou a do avião que vinha da capital gaúcha.
Em vídeo divulgado pela Aviation TV, plataforma que monitora a operação de aeroportos, mostra o momento em que o balão cai no Santos Dumont, por volta das 8h, segundo informações do jornal O Globo. Após ser identificado pela torre, o piloto do voo com origem em Porto Alegre recebe orientações para que aguarde a liberação da pista para que ele consiga aterrissar.
“Tem um balão caindo aqui. O senhor mantenha a posição e aguarde para aproximar. Ok?”, solicita o controle de tráfego aéreo. “Maravilha. Hoje é dia. Vamos aguardar”, respondeu o piloto.
Soltar balões é crime, com pena prevista de um a 3 anos de prisão ou multa, ou ainda ambas as penas, para quem confeccionar, comercializar ou soltar balões com capacidade para provocar incêndios florestais e em áreas urbanas.
No final do mês passado, o Corpo de Bombeiros do Rio Janeiro lançou, nas redes sociais, uma campanha sem papas na língua enfatizando que balões matam. A proposta é mostrar, com vídeos reais e impactantes, as consequências trágicas dessa prática. A iniciativa conta com parceria da Delegacia de Meio Ambiente, que prometeu intensificar as investigações sobre os baloeiros.
“Soltar balões sempre foi crime. Mas hoje, com as redes sociais, essas atividades são potencializadas, propiciando uma situação que pode se tornar calamitosa. Recentemente, um balão caiu na Estação de Tratamento de Água do Guandu, o que poderia ter deixado toda a região metropolitana sem água. Em janeiro deste ano, em pleno Verão, outro balão caiu na praia do Leme, que estava lotada, e poderia ter causado um verdadeiro desastre. É importante que a população se conscientize. Essa é uma luta de todos nós! Soltar balão não é legal, não é instagramável. É crime!”, explicou o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros do RJ, coronel Leandro Monteiro.
No Brasil, segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Força Aérea Brasileira (FAB), cerca de 100 mil balões são soltos a cada ano. O Estado do Rio de Janeiro está entre os líderes de avistamentos de balões não tripulados de ar quente.
“Soltar balão, além de ser crime, traz graves prejuízos para o meio ambiente, para o tráfego aéreo e coloca vidas em risco. A Polícia Civil atua para reprimir e prevenir essa prática, buscando a identificação e responsabilização dos envolvidos”, disse o delegado Wellington Vieira, titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA).
Ao sobrevoar áreas rurais e centros urbanos, o balão acarreta risco a milhares de vidas, além de prejuízos incontáveis.
“Por serem feitos da combinação de estopa com materiais inflamáveis (como parafina e querosene ou álcool) aquecidos em seu interior, os balões entram em correntes de ar e são levados para locais imprevisíveis, impossíveis de monitorar. Dependendo de onde caiam, podem atingir redes elétricas, provocar explosões e incendiar matas, causando danos irreparáveis a vidas e bens. A situação se agrava durante o período de estiagem, de maio a outubro, quando diminui a umidade relativa do ar, favorecendo os incêndios florestais por conta da vegetação mais seca”, explicou o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros do RJ.
Balões em Viracopos
Já o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior paulista, precisou ser fechado na manhã deste domingo (7) após a queda de dois balões. Ele ficou interditado por nove minutos, entre 7h53min e 8h02min, segundo informações da Agência Brasil.
Segundo a assessoria de Viracopos, sete balões sobrevoaram o local na manhã deste domingo e dois deles acabaram caindo em uma área do aeroporto, o que obrigou a interdição. Bombeiros precisaram ser acionados para recolher, com segurança, esses equipamentos.
A assessoria informou que, apesar da necessidade de fechamento do aeroporto e dos riscos que isso gerou para a aviação civil, não houve prejuízos para as operações de pousos e decolagens em Campinas.