Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de janeiro de 2021
Balneário Camboriú teve aumento de 89% no casos ativos de coronavírus dias após registro de festas e praias lotadas. Segundo os números divulgados pelo governo estadual, em 5 de janeiro, a cidade tinha 216 casos ativos. Sete dias depois, são 410 pacientes em tratamento.
No entanto, a prefeitura reconhece que houve aumento, mas diz que seria de 30% na última semana, a partir dos números dos boletins municipais: em 6 de janeiro a prefeitura contabilizava 1.019 casos ativos e nesta quarta (13), 1.325.
“A Divisão de Vigilância Epidemiológica comunica o Estado sobre os novos casos e está buscando informações sobre essa desconformidade nos dados”, informou em nota a prefeitura, que disse ainda que o aumento pode também ter relação com resultados represados.
Em todo Estado, o aumento foi de 24% no número de casos ativos de covid-19 nos últimos sete dias. Em 5 de janeiro, 15.992 pessoas estavam em tratamento contra a doença no estado.
O crescimento é puxado, principalmente, pelas cidades do litoral catarinense que registraram a chegada de turistas, festas e praias lotadas no fim de ano, entre elas Balneário Camboriú e a capital.
Um especialista relaciona o crescimento dos doentes com a circulação e aglomeração de pessoas durante as festas de fim de ano no território catarinense
Segundo a prefeitura de Balneário Camboriú, para controlar a situação da pandemia na cidade as orientações, como do uso obrigatório de máscara, continuam sendo reforçadas aos moradores e turistas. As ações fiscalizatórias, que resultaram em interdições nos últimos fins de semana, também seguem sendo feitas e novos fiscais estão sendo contratados.
Em Florianópolis, o aumento de doentes em tratamento cresceu mais do que o dado estadual. Em relação ao último boletim, a cidade tem 48% casos a mais do que a semana anterior. A capital é segunda colocada no número de casos ativos, atrás apenas de Joinville, no Norte, com a maior população do Estado.
Festas
Em entrevista, o doutor em Epidemiologia e reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Curi Hallal, afirmou que existe relação direta entre eventos, como as celebrações de fim de ano e festas clandestinas, e o aumento de casos ativos. Conforme o especialista, a rede hospitalar também sentira efeitos.
“A primeira coisa que acontece quando a gente passa do ponto, ou seja, quando acontecem aglomerações que não deveriam, de cinco a sete dias depois começam a aumentar os casos. Porque muita gente se contamina naquele dia e muita gente contamina outras. Depois na segunda semana, começa a bombar hospitalização”, afirmou o especialista.
Balneário e Florianópolis ficam em duas das dez regiões em situação gravíssima por causa do coronavírus em Santa Catarina. Na região de saúde da Foz do Rio Itajaí, onde fica Balneário Camboriú, a ocupação geral nos leitos dos hospitais públicos está em 91,23%, segundo o governo do Estado.
Já na Grande Florianópolis a ocupação está em 75,54%. Na rede particular os reflexos também começam a ser percebidos com aumento do número de internados por causa da doença.
Na manhã desta quarta, dos nove hospitais públicos da região Norte, havia leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para o tratamento da covid-19 apenas no Hospital Municipal São José, em Joinville.