Terça-feira, 07 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 24 de julho de 2015
Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), divulgou nota nesta sexta-feira (24) em desagravo ao peemedebista. Falando em nome da bancada do partido na Casa, Picciani afirma que os deputados da sigla não vão aceitar “especulações” que enfraqueçam a autoridade institucional do presidente da Câmara.
A defesa ocorre no momento em que Cunha anunciou rompimento com o Palácio do Planalto após ser acusado de ter recebido R$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção da Petrobras. A informação foi revelada por um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista Julio Camargo.
Nos bastidores, um grupo de deputados defende que Cunha se afaste do comando da Câmara enquanto durarem as investigações, especialmente se o parlamentar for denunciado pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento nas irregularidades da Petrobras.
Ao contrário da bancada do PMDB, o comando nacional do partido afirma que a decisão de Cunha romper com o governo federal é uma “posição pessoal” e que qualquer decisão partidária só vai ser tomada após consulta às “instâncias decisórias” do partido. Diversos líderes da sigla também criticaram nos bastidores a reação do deputado, deixando Cunha isolado na postura de bater de frente com o Planalto.
Na nota, Picciani afirma que todos os cidadãos brasileiros estão sujeitos a investigação “não importa quanto poder ou riqueza possuam”, mas a democracia prevê o direito à ampla defesa. Não existe julgamento sumário. A presunção da inocência está prevista na Constituição, a qual juramos defender”, afirma o líder.
Segundo Picciani, nos cinco meses em que está na Presidência da Câmara, Cunha conseguiu “resgatar a relevância do parlamento” e imprimiu maior ritmo de trabalhos aos deputados. “Temas há muito exigidos pela sociedade e jamais colocados em pauta foram finalmente enfrentados”, afirma o líder.
Picciani diz, ainda, que a credibilidade do Legislativo passa pela “rapidez com que consegue ouvir e atender às demandas das ruas”. “A democracia e seus preceitos são cláusulas pétreas das quais a nossa bancada não abrirá mão.”
O vice-presidente da República Michel Temer, que é presidente do PMDB, acumula o cargo com a articulação política do governo. Diversos líderes peemedebistas são contrários ao rompimento com o Planalto neste momento, embora defendam candidatura própria do PMDB em 2018 – o que provocaria o desembarque do governo em um futuro próximo. (Folhapress)