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Economia Banqueiro brasileiro diz que há boa vontade do investidor estrangeiro com o País no início do governo

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"Se a gente fizer o mínimo certo, tem uma reprecificação (para cima) de ativos no Brasil", disse André Esteves. (Foto: Wikimedia Commons/Divulgação)

O controlador do banco BTG Pactual, André Esteves, afirmou que há entre investidores estrangeiros uma boa vontade com o Brasil no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que as recentes críticas de Lula ao Banco Central “importa pouquíssimo” para o capital estrangeiro e “não está fazendo quase nenhum preço” nos ativos brasileiros. Apesar disso, o banqueiro defendeu o sistema de metas de inflação e disse existir risco para o Brasil caso uma política monetária inflacionista seja adotada.

“Vejo uma boa vontade em todas as classes de investidores (…). O presidente (Lula) criticou o Banco Central. Importa pouquíssimo, não está fazendo preço ou não está fazendo quase nenhum preço. Agora, o tema ambiental fez muito preço, o tema institucional (questionamentos de Bolsonaro sobre urnas e resultado da eleição) fez muito preço. Este ano em Davos eu já tinha essa compreensão e continuo a ficar surpreso ao interagir com colegas empresários e investidores globais o quanto isso faz preço ou fez preço. A gente remover esses problemas faz preço para o outro lado. Existe, sim, uma boa vontade internacional (com o Brasil)”, afirmou Esteves.

Em sua visão, portanto, a política negacionista do governo de Jair Bolsonaro (PL) e os ataques às instituições realizados pelo ex-presidente eram mal vistos por investidores no exterior. Agora, o banqueiro ressaltou que “se a gente fizer o mínimo certo, tem uma reprecificação (para cima) de ativos no Brasil”. Esteves destacou, porém, que é importante que a política monetária atual seja preservada.

Sem citar Lula, o presidente do conselho de administração do BTG Pactual refutou recentes declarações de que o Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto, teriam algum viés ideológico que os levasse a postergar uma redução da taxa básica de juros.

Para Esteves, “esse argumento de vieses (ideológicos) do BC é completamente sem sentido, beirando o absurdo.” Os juros de fato estão altos, disse Esteves, mas uma redução só seria possível depois que o governo federal apresente um novo arcabouço fiscal e impulsione a reforma tributária.

O banqueiro defendeu um diálogo entre Campos Neto e Lula.

“Não existe nada de errado do presidente querer conversar com o presidente do BC, sendo independente ou não. (…) Pelo contrário, o diálogo só ajuda. (…) O presidente, ao dialogar, também vai compreender melhor o ambiente”, disse.

Inflação 

O fundador do BTG também ressaltou ver como uma falácia a ideia de que banqueiros gostam de juros altos.

“Principalmente bancos como o nosso gostam é de juro baixo. Em teoria, a inflação beneficiam os bancos mais do que os juros. O juro prejudica porque o crédito expande menos. Todos estamos do mesmo lado de querer juros baixos e inflação sob controle.”

Ele também afirmou:

“O presidente (Lula) tem uma natural ansiedade, pelo momento de vida, por tudo o que passou, pela experiência pregressa, de rapidamente atender aquela população que ele vê como seu objetivo de governo, o que eu acho louvável e elogioso. (…) O risco é essa ansiedade tentar buscar um atalho e meu medo dessas teorias que pregam uma facilidade é trazer a sedução do atalho, porque ele é apenas um atalho que não vai levar a lugar nenhum.”

Para ele, a teoria monetária moderna, que prega a eliminação de restrições fiscais em nome de supostamente potencializar o crescimento econômico, “está aí há algumas décadas e a boa notícia é que ela não foi usada no mainstream (países desenvolvidos)”.

“A experiência internacional mostra que isso não funcionou. Países que poderiam tangenciar alguma coisa desse tipo, como Turquia e Argentina, certamente não estão entre os mais bem-sucedidos. Está fácil de fazer um julgamento se ele for racional”, disse Esteves.

Os passos do governo que podem determinar a uma redução na taxa de juros são, para ele, “a natureza e a profundidade de uma reforma tributária” e o novo arcabouço fiscal.

“É razoável ter aperfeiçoamentos (no teto de gastos) desde que eles levem a uma trajetória previsível de dívida pública, que me parece ser a intenção de todos os atores envolvidos, inclusive do Presidente da República. Isso vai trazer espaço para o BC reduzir juros”, afirmou Esteves.

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