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Mundo Beirute vai renascer: a comunidade libanesa no Brasil reage às explosões com doações e mobilizações

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Comerciantes, médicos, pesquisadores e entidades de libaneses e descendentes unem esforços para ajudar o país. (Foto: CivilDefenseLB/ FotosPublicas Site)

Libaneses e descendentes que moram em São Paulo, lar da maior comunidade libanesa fora do país do Oriente Médio, estão mobilizando esforços para ajudar Beirute após a megaexplosão que destruiu parte da cidade e deixou pelo menos 157 mortos, 5 mil feridos e 300 mil desabrigados. A tragédia somou-se à crise econômica que vive o Líbano e à pandemia mundial e mobilizou a comunidade como nunca antes, relatam.

“Dói ver o Líbano assim. Mas o país sempre se reconstrói das cinzas, e nunca vi a comunidade tão engajada em ajudar. Não tem divisão entre muçulmano, cristão, nada. Foi a gota d’agua para todo libanês que mora fora do país se mobilizar, porque sabemos a dor que já vinham passando lá”, relata emocionado Issam Sidom, filho de libaneses que moram no Vale do Bekaa, a cerca de 60km de Beirute.

Ele iniciou uma campanha em sua doceria Alyah, na região nobre do Planalto Paulista, zona sul da cidade. Por um dia, o valor integral das vendas iria para a reconstrução de Beirute. A resposta foi surpreendente: recebeu pedidos de todo o país, as vendas quintuplicaram e foram arrecadados mais de R$40 mil reais em um dia. A pedido, a campanha foi prorrogada e parte das vendas continuará sendo destinada à causa. Outros empresários libaneses da cidade aderiram a iniciativas similares, e todos fornecedores de Sidom, ele conta, pediram para participar da iniciativa.

Moradora da mesma região que abriga os quitutes de Sidom, Juliana Khouri é pesquisadora e traçou o perfil da comunidade árabe em São Paulo desde as primeiras ondas migratórias, quando concentravam-se em comércios na região da Rua 25 de Março. Atualmente, cerca de 12 milhões de descendentes de árabes vivem no país, estima a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. Neta de sírios e libaneses de Zgharta, no Norte libanês, ela ressalta a mobilização de comerciantes e ONGs em torno da ajuda ao país.

“Toda a comunidade aqui sente como se tivesse acontecido com a gente. Ficamos muito tristes, mas também mobilizados e doando, porque é impressionante ver isso acontecer em meio à crise econômica e política por que passa o país”, afirma.

Para garantir também resposta governamental do Brasil, a presidente da Associação Cultural Brasil-Líbano, Lody Brais, procurou o presidente Jair Bolsonaro no dia da tragédia em busca de um posicionamento. Em 2006, ela auxiliou na arrecadação de mantimentos para o país após a invasão do Sul por Israel e já foi premiada pelos serviços à comunidade libanesa no Brasil.

“Como no dia ele ainda não tinha se manifestado, entramos em contato e falamos que o presidente do país que abriga a maior comunidade libanesa fora do Líbano tinha que se posicionar. Vi que o (premier britânco) Boris Johnson e o (presidente da França, Emmanuel) Macron já tinham se comovido, e ele nada. Então mandamos o pedido e deu certo”, conta.

Bolsonaro afirmou que está em contato com a comunidade libanesa e prometeu “um gesto concreto” para ajudar o Líbano. Um cargueiro da Força Aérea Brasileira foi disponibilizado para levar mantimentos para Beirute, em viagem que deve acontecer na próxima semana.

O avião deve levar doações reunidas pela Embaixada do Líbano em Brasília, que está arrecadando de alimentos a materiais de construção e equipamentos que possam auxiliar na reconstrução do Porto de Beirute. Junto, também devem ir as doações arrecadadas por outras entidades como a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e a Associação Médica Líbano-Brasileira. Presidida pelo médico Robert Nemer, a associação está focada em coletar equipamentos de assistência médica.

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