Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de março de 2021
O presidente Jair Bolsonaro anunciou que viajará para a Argentina no final deste mês para se reunir com seu homólogo, Alberto Fernández. Esta será a primeira vez que os dois líderes vão se falar pessoalmente.
De acordo com o mandatário brasileiro, o encontro entre os dois chefes de Estado será realizado no próximo dia 26 de março, em Buenos Aires. “Será a primeira vez que vamos conversar com o presidente da Argentina. Logicamente ele queria, eu quero, uma conversa reservada nós dois num canto. E publicamente vamos tratar das questões econômicas dos nossos países”, afirmou Bolsonaro, durante live na noite de quinta-feira (4).
Além disso, Bolsonaro ressaltou que a pandemia do novo coronavírus Sars-CoV-2 tem provocado dificuldades econômicas e mencionou o país vizinho. “Nós torcemos para que a Argentina tenha sucesso em suas negociações com o FMI porque a situação financeira da Argentina está bastante complicada”, disse.
Para ele, “o êxito econômico de países aqui da América do Sul, entre eles a Argentina, é interessante para todos nós da América do Sul”. “O Brasil obviamente é um dos grandes interessados”, acrescentou.
Segundo o presidente, sua visita também será realizada para participar das atividades comemorativas dos 30 anos de fundação do Mercosul, bloco de países que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Fernández assumiu a presidência da Argentina em dezembro de 2019 e mesmo assim Bolsonaro ainda não se reuniu presencialmente com ele.
Durante a eleição presidencial na nação vizinha, inclusive, o brasileiro chegou a apoiar publicamente a reeleição do então presidente Mauricio Macri e fez duras críticas à campanha de Fernández, principalmente contra a candidata a vice, a ex-presidente Cristina Kirchner.
Protestos na Argentina
Centenas de argentinos da cidade de Formosa, na província homônima situada na fronteira com o Paraguai, protestaram nesse sábado (6), pelo segundo dia consecutivo, contra nova quarentena imposta pelo governador peronista Gildo Insfran, criticado recentemente por organizações internacionais depois que vieram à tona relatos de violações de direitos humanos cometidas por sua administração na tentativa de conter a propagação do coronavírus.
Na sexta-feira (5), houve uma dura repressão da polícia, segundo a imprensa argentina, que resultou em vários manifestantes feridos e detidos. Nas redes sociais circulam imagens que mostram pessoas com ferimentos de bala de borracha e policiais lançando gás de pimenta para afastar manifestantes. A oposição na Argentina afirmou que 93 foram detidos e que dezenas ficaram machucados, mas não há informação oficial do governo de Formosa.
Representantes da ONU na Argentina condenaram a violência em Formosa. “Quando há atos de violência [durante protestos], as forças de segurança devem distinguir e proteger aqueles que se manifestam pacificamente e utilizar força só quando seja estritamente necessário, em linha com os padrões internacionais de direitos humanos”, disseram eles.
A violência também foi condenada pela Secretaria de Direitos Humanos da Argentina, que emitiu comunicado afirmando que “nada justifica o uso desproporcional da força policial na repressão dos protestos”. Contudo a pasta culpou a oposição e a imprensa por uma “campanha” para desprestigiar o governo de Insfran.