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Mundo Bolsonaro diz estar mais preocupado com a Argentina do que com a Venezuela

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Bolsonaro reproduz preocupação da cúpula militar com retorno da esquerda no país vizinho. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

O presidente Jair Bolsonaro disse na quinta-feira (2), em entrevista ao canal SBT, que tem mais preocupação com a Argentina do que com a Venezuela. “A Argentina é mais importante do que a Venezuela, porque o governo pode voltar para as mãos de Cristina Kirchner”, disse.

Ao dizer isso, Bolsonaro reproduz uma preocupação da cúpula militar com a possibilidade de retorno da esquerda ao comando do país vizinho, que ajudaria a ampliar focos de tensão no continente e seria um reforço a Nicolás Maduro e à situação trágica da Venezuela. Esse tema tem sido alvo de avaliação do governo em várias reuniões realizadas por Bolsonaro nos últimos dias.

Cristina, mesmo com julgamento marcado e investigada em pelo menos seis casos de corrupção, lidera pesquisas para a eleição presidencial de 27 de outubro. Cristina estaria com 9 pontos de vantagem num eventual segundo turno contra Mauricio Macri, atual presidente da Argentina, que concorre à reeleição enquanto enfrenta uma forte crise econômica.

De acordo com um dos ministros que têm participado das discussões no centro do governo, caso Cristina vença as eleições, um foco de instabilidade voltaria à região. “O problema maior é a junção das situações da Venezuela e da Argentina. A possibilidade de Cristina Kirchner, que está bem nas pesquisas, voltar a comandar o país, traz uma preocupação muito grande”, observou esse ministro.

“Péssimo”

A mesma fonte disse que “se houver país socialista no extremo sul e um país comunista, voltado ao narcotráfico, no extremo norte da América do Sul, vai ser um negócio muito complicado. Para o Brasil, é péssimo”.

Se a dupla entre Kirchner e Maduro for resgatada, há um temor de que a onda conservadora que tomou conta da América Latina nos últimos anos, com abatimento da esquerda, sofra um revés. Os militares lembram que ainda têm como vizinhos Evo Morales, que está contido pelo isolamento, mas se fortaleceria com essa volta da ex-presidente esquerdista.

Apelo

O presidente Jair Bolsonaro fez um apelo aos argentinos também durante a quinta-feira, para que não votem na ex-presidente Cristina Kirchner nas próximas eleições presidenciais, em outubro. Pesquisas mostram que ela ganharia do atual presidente, Mauricio Macri, se o pleito fosse hoje. “Se voltar (Cristina Kirchner), a Argentina vai entrar em situação semelhante à da Venezuela. Espero que os irmãos argentinos se conscientizem disso. Se o (Mauricio) Macri não vai bem, paciência. O que não pode é voltar Cristina Kirchner. Peço a Deus que (isso) não aconteça”, afirmou ele, prefaciando, enquanto demérito, a amizade de Cristina com Dilma Rousseff.

Imitando estratégia adversária

Acabar com a loucura dos preços na Argentina foi a missão de Mauricio Macri quando conquistou a presidência, em 2015. Ele suspendeu o controle cambial imposto por sua antecessora populista, Cristina Kirchner, e começou a cortar subsídios à energia. Ele deu ao banco central uma meta de inflação e deixou que os estatísticos a medissem honestamente. E afrouxou o controle de preços que Cristina havia imposto sobre centenas de itens, incluindo sabão e frango.

Mas a popularidade de Macri vai mal. Uma das últimas pesquisas de opinião sugeriu que ele perderia a eleição de outubro para Cristina Kirchner, apesar das acusações de corrupção contra ela. Para derrotá-la, Macri escolheu imitá-la, exigindo que as lojas se abstenham de elevar os “preços essenciais” por seis meses. Em uma reunião com donos de supermercados, ele insistiu que a venceria por 52% a 48% – o tipo de margem estreita que deixa os varejistas nervosos.

Muitos desses preços saltaram nos poucos dias entre o anúncio e a imposição do congelamento. E, se alguns produtos forem retirados das prateleiras, eles sairão dos dados da inflação de qualquer forma.

Mas o controle ainda pode ter um impacto indireto, por meio da psicologia e da política. As políticas macroeconômicas da Argentina agora são coerentes com uma inflação mais baixa: o déficit fiscal está diminuindo, as taxas de juros estão dolorosamente elevadas e o FMI impulsionou as reservas cambiais do banco central. Mas a inflação tem seu ímpeto próprio: está elevada porque era elevada e é esperado que continue assim. A esperança é que o congelamento de alguns preços mais chamativos possa ajudar a conter essas expectativas, pelo menos até a eleição. Enquanto o controle de Cristina tentara, sem sucesso, suprimir os efeitos inflacionários de políticas frouxas, Macri está tentando reforçar o impacto anti-inflacionário das políticas restritivas.

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https://www.osul.com.br/bolsonaro-diz-estar-mais-preocupado-com-a-argentina-do-que-com-a-venezuela/ Bolsonaro diz estar mais preocupado com a Argentina do que com a Venezuela 2019-05-04
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