Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de março de 2021
Em conversa com apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro confirmou que a nova rodada do auxílio emergencial deve contemplar quatro parcelas mensais entre “R$ 150 e R$ 300 e poucos”. Bolsonaro afirmou que a quantia pode ser considerada baixa, mas é melhor do que nada.
“Agora fizemos um acordo de, se não me engano, R$ 42 bilhões para mais quatro parcelas de média de R$ 250. Por que média? Porque tem a história de mãe solteira, não sei o quê, então varia. Vai variar de R$ 150 a R$ 300 e poucos. É pouco? Eu preferia ter isso aí do que não ter nada. Quantos de nós temos emprego e fazemos um bico, ganhamos R$ 300 a mais e ajuda?”, disse o presidente.
O governo vai considerar a composição familiar na hora de conceder o novo auxílio emergencial. Segundo fontes envolvidas nas discussões, o valor do auxílio será de R$ 250, mas mulheres com filhos terão direito a uma cota maior, de R$ 375. Famílias compostas apenas por uma pessoa, receberão R$ 150.
Em nova crítica ao isolamento social, Bolsonaro contou que mandou preparar um projeto que sugere a ampliação da lista de atividades essenciais liberadas a funcionar durante a pandemia.
“Essa história do ‘ficar em casa’ para quem tem dinheiro tudo bem. Agora tem um pessoal que muitas vezes trabalha hoje para comer amanhã ou à noite. Eu falei o que é atividade essencial. Mandei preparar um projeto nesse sentido, a Câmara que vai decidir. Atividade essencial é toda aquela necessária para um chefe de família levar um pão para casa porque o cara, por exemplo, que é encanador e não é essencial? Ele vai levar o que para casa?”, questionou Bolsonaro.
Objeto de chantagem
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) criticou a postura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à pandemia e afirmou que o auxílio emergencial não poder ser utilizado como “chantagem” para que governadores não adotem mediadas restritivas em seus Estados.
“O auxílio emergencial não pode ser objeto de chantagem. É justamente quando o país está no auge da pandemia, com 251 mil mortes, colapso hospitalar e falta de vacinas, que os pobres devem receber uma renda mínima do Estado para sobreviver e alimentar suas famílias sem se expor à morte, à doença e ao colapso dos serviços de saúde”, disse Dilma em nota publicada no final de fevereiro em seu site.
Na ocasião, Dilma criticou a declaração de Bolsonaro e disse que o presidente deu mau exemplo ao gerar aglomerações e desprezar o uso de máscara em público.
“No Ceará, o presidente negacionista Bolsonaro se superou: conseguiu ser pior do que ele mesmo, pois causou aglomerações, desprezou o uso de máscara para enfrentar a pandemia, negou a gravidade da doença e chantageou os governadores”, afirmou.
De acordo com a petista, punir os governadores fere a cláusula pétrea da Constituição Federal, como o respeito ao princípio federativo e o dever do estado de prover saúde como direito de todos.