Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 10 de junho de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nessa terça-feira (10) que decidiu não passar a faixa presidencial para o sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para não ter que se “submeter à maior vaia da história” do Brasil.
Bolsonaro deu a declaração durante interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi o sexto réu a prestar depoimento no processo penal sobre tentativa de golpe de Estado.
“Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil. Não passei porque não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário do Brasil”, afirmou.
Nesse momento, interrogado por Alexandre de Moraes, Bolsonaro falava sobre o final do seu governo.
Ele evita, durante esse trecho do depoimento, mencionar o nome de Lula, referindo-se ao petista como “esse atual mandatário”.
Pouco antes de falar sobre o fato de não ter passado a faixa presidencial para Lula, Bolsonaro afirmou que o sentimento dele e de seu entorno após as eleições de 2022 era de que não havia mais nada que pudesse ser feito.
“Tínhamos que entubar o resultado das eleições”, declarou.
Após perder a eleição presidencial de 2022, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro, dois dias antes da posse do petista.
Em 1º de janeiro de 2023, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto cercado por lideranças políticas e sociais, que lhe colocaram a faixa presidencial.
Bolsonaro é denunciado por liderar suposto plano para impedir a posse de Lula após as eleições.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele teria formulado e editado minuta que previa estado de exceção no País, além de ter ciência do plano “Punhal Verde Amarelo”, pensado para matar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Reta final
Os depoimentos marcam a reta final da instrução processual — fase em que são reunidas provas para embasar o julgamento. É nesse momento que os réus têm a chance de responder às acusações e apresentar suas versões dos fatos.
Segundo a PGR, o grupo integra o “núcleo crucial” da organização criminosa que atuou para tentar romper a ordem democrática. Entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Concluída a fase de interrogatórios, o processo segue para uma etapa de diligências, caso sejam solicitadas por defesa ou acusação. Depois, será aberto o prazo de 15 dias para apresentação das alegações finais, antes de o caso ser levado a julgamento na Primeira Turma do STF.
— Os réus do “núcleo crucial” são:
* Mauro Cid
* Alexandre Ramagem;
* Almir Garnier;
* Anderson Torres;
* Augusto Heleno;
* Jair Bolsonaro;
* Paulo Sérgio Nogueira;
* Walter Braga Netto. (Com informações da CNN Brasil)