Quarta-feira, 02 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2024
Apesar disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai manter apoio.
Foto: Valter Campanato/Agência BrasilIntegrantes do PL afirmam que Jair Bolsonaro ficou “irritado” com o fato de o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) ter guardado um áudio com conversa da qual participou o ex-presidente sobre uma possível “blindagem” ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Durante a investigação sobre a “Abin paralela”, a Polícia Federal (PF) recuperou um arquivo no celular do ex-diretor da agência com a gravação de uma reunião em que foi debatida uma estratégia contra auditores da Receita que atuaram no caso da rachadinha do filho do ex-presidente.
Após a operação da PF, a candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio passou a ser contestada dentro do partido, já que ele não descartou, até o momento, a possibilidade de que a mídia pode ter potencial de incriminar Bolsonaro. O episódio já é visto por aliados do ex-presidente como uma espécie de “traição”. Apesar disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai manter apoio.
Em resposta ao colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, Bolsonaro disse que “segue junto” com Ramagem e confirmou sua presença em um evento na próxima quinta-feira (18), no Rio, como parte da campanha do pré-candidato.
“A candidatura do Ramagem está de pé. Estaremos juntos na semana que vem, no Rio. Seguimos juntos”, afirmou à coluna.
Flávio Bolsonaro, por sua vez, afirma que a boa relação com o aliado está mantida. O senador teria participado da reunião registrada pelo áudio, que ainda contou com diálogo do próprio Ramagem, de uma advogada de Flávio e do então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
O senador e filho 01 do ex-presidente nega uma possível ruptura de Ramagem com a família Bolsonaro e reforça o discurso de “perseguição”, com objetivo de minar o pré-candidato às vésperas da eleição. Flávio indica, porém, que haverá mudança de estratégia na campanha. Internamente, o consenso é de que haverá desgaste eleitoral.
Segundo a PF, Bolsonaro, Ramagem e Heleno estavam discutindo a participação de auditores da Receita Federal na elaboração de um relatório de inteligência fiscal que originou o inquérito contra o “01”. O arquivo de gravação da reunião tem duração de 1h e 8 minutos e é datado de 25 de agosto de 2020. O suposto desvio de verba pública — a chamada “rachadinha” — teria ocorrido no gabinete de Flávio quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Na gravação, Ramagem disse na gravação que “seria necessário a instauração de procedimento administrativo” contra os auditores da Receita “com o objetivo de anular a investigação, bem como retirar alguns auditores de seus respectivos cargos”. O filho do ex-presidente voltou a dirigir críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com ele, é Moraes quem move delegados da PF para que as investigações atinjam o bolsonarismo.