Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de fevereiro de 2022
O Brasil defendeu na terça-feira (8) sua decisão de permitir que aviões militares britânicos que voam para as Ilhas Malvinas (Ilhas Falkland) parassem em aeroportos brasileiros, pousos que incomodaram a Argentina.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou em nota à agência de notícias Reuters que, embora apoie as reivindicações de soberania da Argentina sobre as ilhas, essa posição não afeta sua “importante parceria” com o Reino Unido.
O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, reclamou na semana passada sobre o aumento de voos parando no Brasil a caminho das Ilhas Falkland, que a Argentina chama de Malvinas.
Scioli disse que houve sete voos da Royal Air Force em janeiro que aterrissaram no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
“A posição brasileira de autorizar o sobrevoo e pouso de aeronaves militares britânicas na rota das Malvinas é pautada pelo princípio de não contribuir para a modernização e expansão dos recursos militares e do potencial bélico do Reino Unido naquele arquipélago”, disse o ministério brasileiro.
A nota afirma que o Brasil autorizou o desembarque e a atracação de aviões e navios britânicos a caminho das Malvinas quando os pedidos envolvessem situações de emergência, missões de busca e salvamento ou motivos de saúde e humanitários.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro afirmou que o número de autorizações de sobrevoo e pouso concedidas a aeronaves militares britânicas varia de ano para ano, podendo chegar a 150 em alguns anos e a apenas 1 em outros.
O governo britânico rejeitou as preocupações argentinas dizendo que eram voos de rotina e que quaisquer alegações de militarização eram totalmente falsas.
Scioli diz que “esses voos constituem uma manifestação adicional da ilegítima presença militar do Reino Unido no Atlântico Sul, que tem sido descrita pelos Estados membros e associados do Mercosul como contrária à política regional de busca de uma solução pacífica para o conflito”.
Os voos humanitários realizados pela RAF não são criticados pelo governo argentino, no entanto, operações dessa natureza (humanitário) somente são realizadas quando há vidas humanas em perigo devido a acidentes ou catástrofes, o que no momento não seria o caso, de acordo com os argentinos. Portanto, para eles, se trata apenas de deslocamentos militares.
Desta forma, e diretamente, o governo argentino “agradece que o governo brasileiro procure restringir a concessão de licenças para aeronaves militares britânicas provenientes ou com destino às Ilhas Malvinas apenas a casos estritamente humanitários”.
Em uma justificativa para o aumento dos voos para as Ilhas Malvinas, a RAF comenta que essas operações são devidas ao início da campanha antártica. As informações são da agência de notícias Reuters.