Segunda-feira, 09 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2021
De 2014 para os dias atuais, o Brasil perdeu 895 livrarias. O número baixou de 3.095 para 2.200, o que representa uma a cada 96 mil habitantes. A queda deixou o país ainda mais longe do ideal recomendado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que é de uma livraria a cada 10 mil habitantes. O fechamento das quase 900 lojas representa o fechamento de livraria a cada três dias.
“Parece um chavão, mas manter uma livraria hoje no Brasil é um ato de resistência. Não é fácil“, afirma o livreiro e escritor João Varella, em entrevista à “Deutsche Welle“. Varella é dono da Banca Tatuí e da Sala Tatuí, em São Paulo e um dos que ainda lutam para manter as portas abertas.
Apesar da recessão econômica, o fechamento das livrarias não reflete necessariamente uma queda nas vendas no mercado literário. No entanto, a classe leitora tem mudado seus hábitos de consumo, principalmente depois do advento das compras online.
É isso mesmo: comprar livros pela internet pode ser prático, rápido e até divertido, mas isso vem, aos poucos, minando o poder de venda de livreiros Brasil a fora.
Além disso, o Brasil vive uma época complexa quando se fala em políticas públicas que incentivem a leitura, seja no campo da educação mesmo ou da cultura.
“Lamentavelmente, os índices que medem o desempenho escolar e os hábitos de leitura demonstram que estamos diante de um enorme fracasso institucional no que diz respeito à formação de leitores“, Bernardo Gurbanov, presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL).
Como ajudar
Da próxima vez que você quiser procurar um determinado título para ler ou, ainda, que estiver à procura de algo inespecífico para se aventurar pelas páginas, procure uma livraria no seu bairro. Apoiar pequenos comércios é uma forma de manter ativos esses negócios.
“A gente não tem muito como concorrer (com empresas como a Amazon), por isso a gente afirma outro mundo: o mundo que elas não oferecem, que é o mundo do olho no olho e das muitas dimensões de vivências que uma livraria de rua oferece“, diz Eduardo Ribeiro, da Livraria Casa da Árvore, no Rio de Janeiro.
Comprar em uma livraria local, além de apoiar livreiros e livreiras, também oferece ao leitor uma assistência personalizada durante sua visita. É necessário trabalhar a consciência de que há um grupo de comerciantes e incentivadores da cultura que precisam do mercado leitor para sobreviver e, portanto, resistir.