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Mundo O executivo brasileiro Carlos Ghosn entra na Justiça da Holanda para conseguir documentos de sua demissão da Nissan e da Mitsubishi

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Suspeito de vários delitos financeiros, Carlos Ghosn fugiu para o Líbano no final de dezembro

Foto: Reprodução
Brasileiro vive hoje no Líbano. (Foto: Reprodução)

Os advogados do brasileiro Carlos Ghosn exigiram nesta segunda-feira (10) a publicação de documentos internos pela Nissan-Mitsubishi, durante uma primeira audiência pública no contexto de um processo interposto na Holanda pelo ex-magnata, que considera sua demissão ilegal. Eles solicitaram a liberação, em um tribunal holandês, de documentos relacionados à sua demissão da Nissan Motor e da Mitsubishi Motors. Um advogado da Nissan-Mitsubishi refutou as exigências da equipe legal de Ghosn pela liberação de documentos.

Suspeito de vários delitos financeiros, Carlos Ghosn fugiu para o Líbano no final de dezembro, quando estava em liberdade condicional desde abril de 2019 à espera de seu julgamento no Japão, cuja primeira fase deveria começar em abril.

A aliança franco-japonesa Renault Nissan Mitsubishi é legalmente incorporada pela Renault Nissan BV (RNBV), com sede na Holanda, onde Ghosn deu entrada em julho num processo judicial contra as duas fabricantes japoneses.

Ghosn pede 15 milhões de euros em indenização dos dois grupos japoneses, que ele acusa de ter violado o código trabalhista holandês. O ex-magnata dos automóveis quer que as duas empresas divulguem documentos internos que, segundo ele, poderiam esclarecer o processo que levou à perda de confiança da Nissan e da Mitsubishi, antes da decisão final de demissão.

“Ghosn está contestando” sua demissão, disse seu advogado, Roeland de Mol, após a audiência. “As chances de um debate no curto prazo aumentaram consideravelmente”, e isso “apesar de todas as contestações” da Nissan Mitsubishi, disse.

A defesa de Ghosn acusa os advogados da Nissan e da Mitsubishi de se negarem a disponibilizar o dossiê e de se recusarem a tornar públicos “os documentos em que baseiam suas críticas”, continuou De Mol. “Não é assim que funciona, certamente não em um tribunal holandês”, afirmou.

Os advogados dos grupos japoneses apresentarão seus argumentos em 26 de março no tribunal de Amsterdã e pedirão a rejeição da reclamação do ex-chefe da aliança. “A Nissan-Mitsubishi já trouxe uma grande quantidade de informações desde o início deste caso, os detalhes não faltam”, declarou Paul Durman, porta-voz dos grupos japoneses, acusando a outra parte de “ir pescar sem saber exatamente o que ela está procurando”.

Os advogados de Ghosn sustentam que ele foi demitido injustamente da presidência da Nissan-Mitsubishi BV, uma entidade registrada na Holanda, porque os detalhes das alegações não foram compartilhados com ele.

“Nissan e Mitsubishi humilharam Ghosn publicamente”, disse o advogado Roeland de Mol à corte. “Seus relatórios e acusações nunca foram submetidos a Ghosn. Não houve o devido processo legal.”

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https://www.osul.com.br/brasileiro-carlos-ghosn-pede-que-a-nissan-mitsubishi-publique-documentos-internos-sobre-sua-demissao/ O executivo brasileiro Carlos Ghosn entra na Justiça da Holanda para conseguir documentos de sua demissão da Nissan e da Mitsubishi 2020-02-10
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