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Economia A busca por uma oportunidade de vida melhor fora do Brasil se intensificou nos últimos anos, em grande parte por causa da crise econômica

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A partir de 2021, brasileiros terão de pedir e pagar por autorização para entrar nos países da união Europeia. (Foto: Reprodução)

A busca por uma oportunidade de vida melhor fora do Brasil não é novidade. Porém, esse movimento intensificou-se nos últimos anos, em grande parte por causa da crise econômica que atinge o País.

De acordo com dados da Receita Federal, entre 2014 e 2016 foram entregues 55.402 Declarações de Saída Definitiva do País, um crescimento de 81,61% na comparação com o triênio imediatamente anterior. De 2011 a 2013, período que antecede a crise econômica, 30.506 pessoas entregaram o mesmo documento. No entanto, especialistas estimam que esse número seja ainda maior, uma vez que nem todos os brasileiros prestam essa informação quando vão embora.

A publicitária Camila Juhrs Flaire,  26 anos, está entre aqueles que decidiram fazer as malas e abandonar tudo em São Paulo. Há um ano ela aproveitou a cidadania portuguesa herdada do avô lusitano, deixou o emprego na área de eventos e embarcou para Porto, em Portugal.

“Sabia que ficando no Brasil, mesmo formada, não teria grandes oportunidades ou qualidade de vida. Fugi da crise também, pois ela se tornou um obstáculo”, conta.

Especialistas consultados  confirmam que a desilusão com a situação política e a taxa de desemprego elevada são os maiores responsáveis pela saída de quem escolhe países como Portugal, Canadá e Estados Unidos para uma nova vida.

“Há uma falta de crença generalizada na recolocação profissional porque há muitas pessoas desempregadas e o mercado de trabalho já não absorve todo mundo. É natural esse desejo por experiências em outros locais”, analisa a sócia-fundadora da consultoria executiva Unique Group, Alexia Franco.

Porém, engana-se quem acredita que viver no exterior é um mar de oportunidades. O esforço de empreender no Brasil, por exemplo, é muito diferente da realidade de abrir um negócio – e ter sucesso com ele – fora do País.

Um dos maiores problemas dos brasileiros, segundo o presidente da consultoria especializada em mobilidade global Emdoc, João Marques da Fonseca, é o “imediatismo” dos resultados. “É preciso entender a cultura local e adaptar seus produtos e serviços às necessidades do novo público”, afirma.

Essa foi a fórmula seguida pelo empresário Guilherme Cerqueira, de 36 anos. Fundador de uma empresa de tecnologia, ele os sócios já tinham em mente um outro negócio envolvendo comportamento e consumo, que “deveria nascer internacional”. O próximo passo foi analisar qual o melhor destino para a startup que queriam desenvolver.

“Não bastava ter vontade de ir morar fora, pegar tudo e desembarcar em outro país. O primeiro lugar que surgiu no meu radar foi o Vale do Silício, na Califórnia, então fui para lá entender como era a vida de um empreendedor naquele local. Só quando voltei é que decidimos investir”, relembra.

O preço de morar fora

Em alguns casos, a maior barreira de quem vai para outro país pode ser a hospitalidade dos moradores locais. Imigrantes vindos de países em desenvolvimento, como o Brasil, sofrem preconceito tanto no trato pessoal como nas oportunidades de emprego que lhes são oferecidas.

O engenheiro civil Luiz Henrique Parizotto soube o que é passar por uma situação de discriminação na cidade de Brisbane, na costa leste da Austrália. Morando na cidade há quatro meses – deixou o Brasil em busca de melhores oportunidades de trabalho – Luiz conta que, mesmo com um diploma de ensino superior na mão, só conseguiu vagas de emprego que costumam ser destinadas aos “latinos e indianos que chegam aos milhares no país.”

“Além disso, em mais de uma ocasião, já sofri com a desconfiança de vendedores em algumas lojas, que me pararam no meio do corredor e exigiram que eu mostrasse meus bolsos. Achavam que eu estava roubando alguma coisa”, relata Luiz, indignado.

tags: Brasil

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