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Por Redação O Sul | 9 de fevereiro de 2020
Nos 14 jogos do Campeonato Francês que já disputou nesta temporada do Campeonato Francês, o brasileiro Neymar sofreu 59 faltas. Somente na partida contra o Montpellier, no último fim de semana, foram sete infrações sobre o camisa 10 do PSG (Paris Saint-Germain). Ser supostamente “caçado” em campo, porém, não é exatamente uma novidade para ele.
Desde que trocou o Santos-SP pelo Barcelona (Espanha), em 2013, o atacante sempre esteve no “Top 5” do ranking de jogadores que mais apanham nas cinco principais ligas nacionais da Europa (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França).
Mas o que chama atenção é como o atleta leva uma quantidade muito maior de porradas que os outros astros do primeiro escalão do futebol mundial. Essa diferença chega perto da casa dos 400%.
De acordo com o “WhoScored?”, site especializado nas estatísticas do futebol, a média de faltas sofridas por Neymar na atual temporada é a segunda maior do Velho Continente: 4,2 por partida – atrás apenas do inglês Jack Grealish, do Aston Villa, com 4,8.
Só que essa marca é bastante superior à dos outros atacantes mais temidos do planeta. O português Cristiano Ronaldo (Juventus) sofre em média 1,7 falta por partida, o argentino Lionel Messi (Barcelona) 1,5, e o francês Kylian Mbappé (PSG) 1,1.
Como explicar uma diferença tão gritante? Por que os zagueiros e volantes adversários que parecem nutrir um amor platônico pelos tornozelos de Neymar “aliviam” para outros craques?
Para alguns analistas esportivos, a principal resposta para essa pergunta é bastante simples: o craque brasileiro “pede” para sofrer muitas faltas. Não que o ele seja masoquista e tenha prazer em sentir dor ou ver os hematomas deixados pelas travas das chuteiras em sua perna. Acontece que o seu estilo de jogo é um prato-cheio para receber porrada em campo.
Cristiano Ronaldo passa hoje boa parte do tempo dentro da área, “protegido” pelo risco de marcação de pênalti. Messi só costuma partir em jogadas individuais quando já está em um setor onde faltas são perigosíssimas. E Mbappé costuma driblar em velocidade, o que faz com seus marcadores não consigam alcançá-lo.
Contrapartida
Neymar, por outro lado, dribla em qualquer parte do campo e, muitas vezes, quando a bola está parada ou se movimentando bem lentamente. Por isso, sofre tantas faltas, principalmente quando está na faixa lateral do gramado ou ainda distante do gol adversário.
Além disso, o brasileiro sabe que dribles podem ter o poder de irritar os marcadores e incentivá-los a cometer infrações dignas de cartão amarelo ou, em casos, até de expulsão. E ele se utiliza bastante desse recurso. Quanto tudo funciona, é lindo.
O astro aumenta bastante as chances de vitória do seu time ao deixar o adversário carregado de advertências (e, por isso, temendo exagerar em novas faltas) ou com jogadores a menos. Só que, de vez em quando, isso dá errado. E aí, quem paga o pato é o próprio Neymar.
Assim, acontecem cenas como a do último fim de semana, quando o atacante levou cartão amarelo após discutir com o árbitro depois de aplicar uma lambreta contra marcadores do Montpellier. E também as várias lesões que o têm perseguido nos últimos anos.
E é por causa de uma delas, aliás, que Neymar foi desfalque para o PSG no clássico contra o Lyon pela última rodada. O brasileiro se recupera de uma contusão na costela sofrida justamente na partida contra o Montpellier.