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| Cerca de 3.000 brasileiros não se apresentam para o Programa Mais Médicos

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Após a saída dos cubanos, ministério tenta preencher vagas com médicos brasileiros. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Entre os candidatos inscritos para o programa Mais Médicos, cerca de 3.000 ainda não se apresentaram nos municípios para os quais foram alocados. O prazo para que comecem a trabalhar termina nesta sexta (14). Foram abertas no total 8.517 vagas.

Os dados foram apresentados nesta quinta (13) para a comissão tripartite que acompanha o programa. Ela é composta por representantes dos municípios, dos Estados e da União.

Uma segunda questão aflige os gestores: boa parte dos mais de 4.000 médicos brasileiros que já se apresentaram no trabalho pode deixar os cargos a partir de março, quando começam as residências médicas do País.

O alto número de inscritos na primeira etapa do edital aberto para substituir os médicos cubanos chegou a entusiasmar Jair Bolsonaro. Ele chegou a dizer, no Twitter, que “quase 100% das vagas [dos cubanos] já foram preenchidas por brasileiros”. Até agora, 60% delas foram de fato preenchidas.

E o futuro ministro da Saúde, Luiz Mandetta, se reuniu nesta quinta (13) com representantes da medicina de SP. Ele visitou o Incor e a Faculdade de Medicina da USP.

Maioria das vagas não ocupadas está nos distritos indígenas

Das 106 vagas que não foram ocupadas depois da primeira etapa de seleção de profissionais para o Mais Médicos, 63 estão em Distritos Especiais de Saúde Indígena, os Dseis, o que equivale a 59% do total. Dos 34 distritos de saúde indígenas existentes no País, oito — todos no Norte — ficaram com vagas ociosas depois do término das inscrições na última sexta-feira (7).

A explicação para esse cenário passa por três aspectos: o isolamento de algumas dessas comunidades, principalmente as da região amazônica; o perfil do estudante de medicina brasileiro; o modo como a carreira médica é feita no Brasil.

Os distritos indígenas da Amazônia, por ficarem em locais de difícil acesso, sofrem ainda mais dificuldades no preenchimento de vagas, afirma Paulo Basta, supervisor dos médicos cubanos do Dsei Tapajós, no oeste do Pará, e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública.

Das 11 vagas que foram ofertadas no edital do Mais Médicos para o Tapajós, apenas cinco foram ocupadas. Em comparação, os distritos indígenas do litoral tiveram todas as vagas preenchidas na primeira etapa de seleção.

“As áreas da Amazônia são remotas, onde as pessoas têm muita dificuldade para chegar. Essa é a primeira dificuldade. E aí, quando você chega, as jornadas de trabalho não são iguais às que você tem nas cidades. São 20, 30 dias direto nos locais de trabalho. Esse é outro problema”, avalia Paulo.

O Ministério da Saúde ressaltou que somente 18,9% das vagas em distritos não foram preenchidas e que o processo de seleção continua. Além disso, afirma que o atendimento a essa população é feita de outras formas:

“O Ministério da Saúde busca o aprimoramento constante das ações em saúde dos povos indígenas. (…) Para viabilizar essa assistência, o Ministério da Saúde utiliza transportes aéreos (aviões e helicópteros), terrestres (caminhonetes, caminhões, vans) e aquáticos (barcos) para a remoção de pacientes em consultas médicas, atendimentos de urgência e emergência e no transporte das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) em áreas específicas de programas desenvolvidos pela pasta.”

O ministério foi questionado sobre os motivos, apontados pelos especialistas, que explicam a maior dificuldade de preenchimento de vagas nos territórios indígenas, mas a pasta não comentou, nem a Funai (Fundação Nacional do Índio).

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https://www.osul.com.br/cerca-de-3-000-brasileiros-nao-se-apresentam-para-o-programa-mais-medicos/ Cerca de 3.000 brasileiros não se apresentam para o Programa Mais Médicos 2018-12-14
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