Sábado, 04 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2018
Já estão valendo as regras novas do cheque especial, um dos créditos mais caros do Brasil. A tentação é grande. O perigo é quando vira uma bola de neve. O cheque especial está entre as taxas de juros mais pesadas do sistema financeiro, mais de 300% ao ano segundo o BC (Banco Central). Agora, os bancos estão oferecendo medidas de socorro específicas para quem se endividou com o empréstimo, entre elas, o parcelamento do saldo devedor. A ideia é permitir a transferência da dívida para linhas de crédito com juros menores, para facilitar a quitação do débito.
Pelas novas regras, os bancos se obrigam a alertar o correntista assim que ele entrar no cheque especial; oferecer opção de crédito mais barato para quem usar mais de 15% do limite por mais de 30 dias; se o cliente não concordar, o banco precisa fazer novas tentativas a cada 30 dias; o limite do cheque especial tem que ser informado de forma clara e separada no extrato bancário, para que o correntista não confunda com o dinheiro que realmente tem na conta corrente.
O Procon recomenda que o cheque especial seja, sempre, a última saída. “É um valor irreal porque o cheque especial é um dinheiro que não pertence a ele, é um dinheiro que é emprestado pela instituição financeira. É importante que o consumidor conheça essas regras, quais são os juros que serão aplicados para o consumidor nessa nova negociação para que ele possa se planejar, evitando inclusive voltar a utilizar o cheque especial com frequência. E, com certeza, se isso acontecer de novo, os juros que são altos voltarão a incidir sobre o negócio ”, explicou Marcelo Barbosa, coordenador do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
“Esse valor que eu pago exclusivamente em juros por não ter esse controle de não utilizar o cheque especial, ele poderia ser investimento, poderia ser um consórcio, ele poderia ser apenas um dinheiro que eu guardei na poupança para emergência, exatamente para não usar o cheque especial. E, na verdade, eu simplesmente pago”, disse uma usuária.
Como funciona o cheque especial?
Na verdade, muita gente já chegou a usar o cheque especial, mas não entende muito bem como ele funciona. Antes de tudo, é preciso entender que o cheque especial nada mais é do que um tipo de crédito que o banco lhe oferece. É como se fosse um empréstimo pré-aprovado que o banco deixa ali disponível pra você usar a qualquer momento. E é bem aí que mora o perigo. Ainda mais que o valor do cheque especial de cada um muda conforme a avaliação que cada banco faz do cliente.
O cheque especial é caro porque o banco cede esse crédito sem pedir nenhuma garantia. Ao contrário do que acontece com o empréstimo pessoal. Nesse caso, você precisa ir até o banco, negociar as condições e assinar um contrato para conseguir o dinheiro emprestado.