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| Cientistas criam baratas artificiais para entrar em prédios destruídos e localizar sobreviventes

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Fabricação da barata robótica teria baixo custo, mas seu desenvolvimento será finalizado somente nos próximos anos. (Foto: Reprodução)

As baratas costumam despertar sensações primitivas. Medo, nojo e até raiva. Em um futuro não muito distante, porém, esses insetos poderão ser associados à esperança. Cientistas das universidades Harvard e da Califórnia em Berkeley, ambas nos Estados Unidos, desenvolveram versões robóticas do animal capazes de se contorcer e de passar por fendas minúsculas em menos de um segundo e de resistir mesmo quando amassadas por um peso.

Sua missão será participar de operações de busca e salvamento em escombros resultantes de catástrofes como furacões, terremotos e explosões. Para desenvolver as baratas robóticas, os pesquisadores estudaram os movimentos do inseto e sua habilidade de se deslocar rapidamente em espaços de poucos milímetros, às vezes achatando o seu corpo com as pernas esticadas para os lados.

Batizada de Cram (Robô Comprimível com Mecanismos Articulados, na sigla em inglês), a barata criada em laboratório é do tamanho da palma da mão e pode imitar todos os movimentos do inseto real, mesmo quando ele se contorce. O robô tem um revestimento de plástico semelhante às asas duras e lisas que cobrem a parte posterior do animal. “Quando correm livremente, as baratas da espécie que estudamos, a Periplaneta americana, tem cerca de 9 milímetros de altura, mas podem esticar suas patas até o corpo ter estatura de apenas 3 milímetros” destaca Kaushik Jayaram, pesquisador de Biologia Integrativa da Universidade Harvard, que descreveu o experimento na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Inseto robótico será útil para os socorristas.

Coautor do estudo e professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, Robert Full defende a liberação, no futuro, de um enxame de baratas robóticas em cenários de tragédia antes mesmo dos socorristas entrarem em ação. “Se houver fendas e outras pequenas aberturas, as nossas baratas podem contribuir para localizar vítimas e entradas seguras para o resgate. Os insetos foram a inspiração”, expõe.

Segundo experimentos, o inseto pode suportar um peso 900 vezes superior o seu próprio sem sofrer ferimentos. Seria o equivalente a um homem de 70 quilos aguentar uma carga de 63 toneladas sobre suas costas. O achatamento do seu corpo é possível porque, embora seu exoesqueleto seja mole, é composto por placas rígidas ligadas a tecidos flexíveis. Esta foi a primeira vez que a capacidade do animal de tolerar um peso tão expressivo é estudada.

Os cientistas que projetaram a barata artificial dedicam-se a um ramo emergente de avanços tecnológicos, o dos robôs “leves”. Em contraste com os “rígidos”, que têm pernas tradicionais, as novas máquinas conseguem se esticar, retrair e invadir espaços menores. Entre as criaturas estudadas nessa linha de trabalho estão também lagartas e águas-vivas. Full, por exemplo, já pesquisou robôs com patas, como as de caranguejos, e pegajosas, como as das lagartixas. “Os insetos são os seres vivos mais bem-sucedidos do planeta, porque conseguem penetrar praticamente em todos os lugares.”

“Podemos construir robôs com materiais macios, maleáveis como a borracha e o silicone. Agora, vimos como conseguimos essas características leves combinando habilmente elementos rígidos e flexíveis em um exoesqueleto deformável muito parecido com o de artrópodes, como insetos e caranguejos. As baratas são mestres ao entrar em rachaduras. Precisamos conhecer suas técnicas.”

De acordo com o pesquisador, a fabricação da barata robótica teria baixo custo. Estima-se que o produto tenha apelo comercial, mas seu desenvolvimento será finalizado somente nos próximos anos. Por enquanto, nenhuma empresa procurou sua equipe. (AG)

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https://www.osul.com.br/cientistas-criam-baratas-artificiais-para-entrar-em-predios-destruidos-e-localizar-sobreviventes/ Cientistas criam baratas artificiais para entrar em prédios destruídos e localizar sobreviventes 2016-02-18
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