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Ciência Cientistas reativam células no cérebro de porcos mortos

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Pesquisadores injetaram sangue artificial em órgãos e conseguiram restaurar atividades de algumas células. (Fotos: Divulgação)

Cientistas conseguiram restaurar certas atividades celulares no cérebro de porcos que já estavam mortos há quatro horas. Entretanto, o estudo publicado na quarta-feira (17) na revista Nature indica que não foi detectada “nenhuma atividade elétrica que implicaria um fenômeno de consciência ou percepção”. De acordo com o pesquisador Nenad Sestan, da Escola de Medicina de Yale, pelos padrões médicos, não se tratava de um cérebro que voltou à vida. “Não são cérebros vivos, mas cérebros cujas células estão ativas”, disse Sestan.

No entanto, o trabalho revelou um grau surpreendente de resiliência nas células dentro de um cérebro que já tinha perdido o fornecimento de sangue e oxigênio. “A morte da célula no cérebro ocorre durante uma janela de tempo mais longa do que pensávamos anteriormente”, afirmou Sestan. Ainda segundo Sestan, os trabalhos demonstram que “subestimamos a capacidade de restauração celular do cérebro”.

Injeção de sangue artificial

A pesquisa usou 32 cérebros de porcos que haviam sido mortos em um matadouro para servirem de alimento. Os cérebros foram então levados ao laboratório e colocados dentro de um aparelho batizado de BrainEx. Os cientistas irrigaram alguns dos cérebros durante seis horas com um produto substituto de sangue. Esse líquido foi concebido para oxigenar os tecidos e protegê-los da degradação derivada da interrupção do fluxo sanguíneo.

Os resultados foram surpreendentes: diminuição da destruição das células cerebrais, preservação das funções circulatórias e, inclusive, restauração de uma atividade sináptica (sinais elétricos ou químicos na zona de contato entre neurônios). Os cérebros não mostraram nenhuma atividade elétrica de larga escala, o que indiciaria que poderiam estar conscientes. Mas restaurar a consciência não era o objetivo do estudo, que visava explorar se funções específicas poderiam ser restauradas horas após a morte.

Depois das seis horas de injeção do sangue artificial, cientistas descobriram que algumas células individuais do cérebro haviam mantido detalhes considerados chave para sua estrutura, enquanto células de cérebros que não foram tratados já tinham se degradado de forma severa.

Neurônios viáveis após o estímulo

Na etapa seguinte do estudo, os cientistas removeram os neurônios dos cérebros tratados e os submeteram a estímulos elétricos. Segundo eles, essas células responderam de uma forma que indicava a viabilidade.

Além disso, estudando o sangue artificial antes de ele ser injetado nos cérebros, e depois de ele ter circulado, os cientistas encontraram evidências de que as células cerebrais estavam absorvendo o açúcar e oxigênio do sangue, além de estarem produzindo dióxido de carbono, um sinal de que estavam de fato funcionando. Outro resultado obtido no estudo é que os vasos sanguíneos nos cérebros tratados responderam a medicamentos que dilatam vasos.

Possíveis desdobramentos

Os pesquisadores afirmaram que pesquisas como essa podem levar a novas terapias de tratamento de um acidente vascular encefálico ou outras condições médicas, além de oferecer uma nova maneira de estudar o cérebro e como os medicamentos o afetam.

Segundo eles, não há atualmente qualquer plano de tentar repetir a mesma técnica em cérebros humanos. A pesquisa foi financiada principalmente pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.

O cérebro pode voltar a ter funções normais após a morte?

De acordo com Sestan, os pesquisadores não fizeram o estudo com esse objetivo, e não sabem se seriam capazes de restaurar as funções normais de um cérebro caso decidam tentar.

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https://www.osul.com.br/cientistas-reativam-celulas-no-cerebro-de-porcos-mortos/ Cientistas reativam células no cérebro de porcos mortos 2019-04-19
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