Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de abril de 2018
O Facebook se tornou site de referência para milhões de usuários em todo o mundo. Uma plataforma para se informar e manter contato com os amigos. Mas, em muitos aspectos, a rede social continua sendo uma grande desconhecida. Onde vão parar as conversas que temos com os nossos amigos? E nossas fotos, inclusive depois que as excluímos? O Facebook é seguro?
Pela primeira vez desde a sua criação, o seu fundador, Mark Zuckerberg, teve que responder a estas e a inúmeras outras questões sobre o funcionamento da rede social a um comitê de senadores.
O depoimento dado na terça-feira durou cinco horas e foi motivado pelo escândalo da Cambridge Analytica, consultoria que teria obtido e usado indevidamente informações de 87 milhões de usuários do Facebook, 443.117 deles brasileiros. A consultoria teria tido acesso a esses dados ao lançar um aplicativo de teste psicológico na rede social. Os usuários que participaram do teste acabaram por entregar a ela não apenas suas informações, mas também as de amigos que têm em seu perfil.
Existe a suspeita de que a Cambdrige Analytica, que trabalhou para a campanha do presidente americano, Donald Trump, em 2016, tenha usado esses dados para influenciar o resultado do pleito.
1 – Não há venda de dados
Uma das questões mais controversas que o Facebook enfrenta é o uso de dados de seus 2,2 bilhões de usuários (quase o dobro de toda a população da China). Ciente disso, Zuckerberg tentou transparecer normalidade durante o depoimento e, para isso, detalhou parte da operação de sua empresa.
2 – Versão paga
O modelo de negócios do Facebook é baseado, em geral, nessa publicidade e isso também gera polêmica. “Nada na vida é de graça”, disse o senador Orrin Hatch, após perguntar a Zuckerberg como o Facebook ganhava dinheiro sem cobrar dos usuários. “Senador, publicamos anúncios”, respondeu Zuckerberg com um sorriso.
Ele foi categórico sobre a possibilidade de cobrar aos cidadãos pelo uso do Facebook, sem que isso, no entanto, prejudique os propósitos da rede social. “Sempre haverá uma versão gratuita”, disse o empresário.
3 – Onde vão parar as conversas?
Você já se perguntou quais dados o Facebook tem sobre você, mesmo que você os tenha excluído? Zuckerberg deu algumas pistas na terça-feira, graças às insistentes perguntas da senadora Deb Fischer. O empresário especificou que a rede social armazena duas grandes categorias de informação para cada usuário: o conteúdo que a pessoa decidiu compartilhar e os dados relacionados a “transformar a publicidade em relevante”.
4 – Corrida armamentista
O criador da rede social descreveu um panorama difícil contra perfis falsos e agentes estrangeiros que tentam usar o Facebook e outras plataformas para manipular a população, particularmente nas eleições. Zuckerberg alertou que há uma “corrida armamentista”, referindo-se à internet, na qual os russos estão avançando. “Há pessoas na Rússia cujo trabalho é tentar tirar proveito de nossos sistemas e de outros sistemas de internet, bem como de sistemas de outros tipos”, explicou ele.
5 – Autoridades
O Facebook colaborou no passado com as autoridades dos EUA e agora o faz com o promotor especial Robert Mueller, que investiga a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016. Reuniões foram realizadas, disse Zuckerberg, e vários funcionários foram interrogados. No entanto, o empresário garantiu que, em outras áreas, o Facebook se recusa totalmente a transferir dados de seus usuários – por exemplo, em investigações sobre casos de deportação.