Terça-feira, 01 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2024
Passados 39 dias do início das chuvas que inundaram grande parte do Rio Grande do Sul, as empresas de distribuição de energia e água conseguiram retomar as operações no estado próximo à plenitude, tendo que lidar apenas com empecilhos pontuais de funcionalidade. Com o escoamento parcial da água nos 471 municípios afetados, a rotina de algumas cidades também começa, aos poucos, a retornar à normalidade. Na capital Porto Alegre, por exemplo, de 46 bairros alagados no auge da tragédia, hoje são dois nessa condição.
A rodoviária, localizada no Centro Histórico, também voltou a operar de forma parcial nessa sexta-feira (7). Inicialmente, são 92 horários de embarque, de 52 linhas, atendendo a 116 municípios do estado. Segundo o governo gaúcho, a expectativa é de que mais linhas sejam disponibilizadas em breve.
Água e energia
As empresas responsáveis pela distribuição de energia para 453 dos 497 municípios gaúchos são a RGE e a CEEE Equatorial. A Equatorial, que atende 72 cidades das regiões Metropolitana, Sul, Centro-Sul, Campanha, Litoral Norte e Litoral Sul, chegou a ter, no ápice, 174 mil clientes sem energia, incluindo os que tiver o fornecimento cortado por segurança, devido a áreas alagadas e atendendo a solicitações da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e das prefeituras. Hoje, são 1,5 mil clientes nesta condição, com a energia desligada por precaução em regiões ainda inundadas.
A Corsan Aegea, responsável pelo fornecimento de água, opera normalmente desde o dia 21 de maio. Os sistemas de abastecimento atingidos pelas cheias, em 67 cidades, foram recuperados totalmente. Conforme o boletim emitido pelo Centro de Operações Integrada no último dia 24, os primeiros imóveis de Guajuviras, o último bairro desabastecido, já tiveram o serviço retomado.
No pico da cheia, 906 mil pontos ficaram sem abastecimento no Rio Grande do Sul, nos 317 municípios atendidos pela Corsan Aegea. Para a normalização do serviço, foi necessário o uso de três helicópteros, um avião, dois carros-anfíbios, cinco equipes de mergulhadores, duas equipes de rapel, 30 poços perfurados, 120 geradores, 148 caminhões-pipa, 85 reservatórios temporários e barcos, com mais de 5 mil colaboradores envolvidos. Com o fornecimento de água já restabelecido, a empresa trabalha agora em manutenções e ocorrências pontuais.
Alagamentos
Com a cheia do Guaíba, que ficou um mês acima da cota de inundação desde que a tragédia se iniciou, a maioria das cidades que eram banhadas pelo corpo hídrico foi afetada. Em destaque, Porto Alegre, que acabou tomada pelas águas turvas. Ao todo, 46 bairros da capital gaúcha chegaram a ficar parcialmente submersos. Agora, as inundações ainda atingem somente Sarandi e Arquipélago.
Nesta segunda (10), uma escola municipal e 12 estaduais de Porto Alegre vão voltar a funcionar. Elas se juntam a outras 303 unidades de ensino públicos que já haviam retomado as atividades, além de 190 conveniadas. Apenas 15 escolas seguem sem previsão de retorno: 14 estão alagadas, e uma vem servindo de abrigo. Quatro universidades gaúchas também pretendem retomar as atividades presenciais na próxima semana. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), porém, segue com aulas suspensas.