Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2016
Um grupo liberal católico dos EUA pede que o papa Francisco autorize integrantes da Igreja a seguir a própria consciência no uso de métodos contraceptivos ou até mesmo que mulheres possam abortar diante da epidemia do zika vírus – ligado a casos de microcefalia. Com sede em Washington, o Catholics for Choice fez o apelo nas vésperas da visita do papa a Cuba e México – a América Latina é o epicentro da infestação.
O arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, atual presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), já afirmou que o aborto não é a resposta ao problema. O cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, também foi enfático. “A pressão pela legalização do aborto de seres humanos com deficiência é contrária à misericórdia: quer resolver o sofrimento e o desconforto, suprimindo o ser humano que, sem culpa sua, possa ser o motivo do desconforto”, afirmou ele.
Na opinião de especialistas, é impossível que a Igreja abra qualquer exceção em relação à sua doutrina. Mas é preciso separar bem as duas questões: dos métodos contraceptivos e do aborto.
“Para evitar a gravidez indesejada, a Igreja segue defendendo o método natural. Que, se bem feito, é perfeitamente eficiente”, disse o biólogo e sociólogo Francisco Ribeiro Neto. Quanto ao aborto, a argumentação é mais complexa. “A Igreja vê uma exploração abusiva e ideológica do problema.” (AE)