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Mundo Com tiros para o alto, forças do Talibã encerram protesto de mulheres afegãs por direitos iguais

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Moradores de Cabul manifestam raiva e sentimento de traição. (Foto: Reprodução)

Forças especiais do Talibã encerraram no fim de semana, com tiros para o alto, um pequeno protesto de mulheres afegãs que exigiam direitos iguais. Paralelamente, o grupo fundamentalista, que voltou ao poder em 15 de agosto, após quase 20 anos, luta pelo controle do Vale do Panjshir, a única das 34 províncias afegãs que ainda não está sob seu comando.

Tanto o Talibã quanto as forças de resistência afirmam ter o domínio da região, mas não apresentaram provas que endossem isso. Panjshir é um conhecido reduto anti-Talibã desde a década de 1990, não tendo sido controlado pelos fundamentalistas da primeira vez em que estiveram no poder, entre 1996 e 2001, quando foram derrubados pela invasão americana nas semanas seguintes aos atentados de 11 de Setembro.

A Frente Nacional de Resistência, milícia de oposição, por sua vez, disse ter cercado “milhares de terroristas” na região de Khawak, e que o Talibã abandonou vários veículos na área de Dashte Rewak. De acordo com o porta-voz Fahim Dashti, há “grandes confrontos” em curso.

A oposição é organizada por Amrullah Saleh, que era vice-presidente de Ashraf Ghani, o líder pró-Ocidente que fugiu do Afeganistão quando o Talibã tomou Cabul. Ele luta ao lado de Ahmad Massoud, filho de Ahmad Shah Massoud, um famoso “senhor da guerra” até ser assassinado pela al-Qaeda em 2001, que fez uma postagem em seu Facebook afirmando que Panjshir “continua firmemente de pé”.

Cabul

Em Cabul, simultaneamente, um pequeno protesto de mulheres contra o Talibã terminou em violência. Cerca de 12 manifestantes puseram uma coroa de flores em frente ao Ministério da Defesa para homenagear os soldados afegãos que morreram lutando contra o grupo fundamentalista, antes de marcharem em direção ao palácio presidencial. Foi a segunda marcha do tipo em dois dias consecutivos em Cabul.

À medida que os gritos das manifestantes subiam o tom, imagens da rede de televisão Tolo mostraram um homem em um megafone afirmando que “passaria a mensagem” para seus superiores, mas logo em seguida é possível ouvir mulheres gritando, com uma ativista indagando “por que vocês estão nos batendo?”.

Quando as mulheres se aproximaram da sede do governo, mostram as imagens, forças especiais atiraram para o alto para dispersá-las.

“O Talibã nos agrediu com tasers elétricos e lançou gás lacrimogêneo contra mulheres. Eles também bateram na cabeça de mulheres com armas, e algumas pessoas ficaram cobertas de sangue”, disse uma mulher que se identificou como Soraya, uma ex-funcionária do governo afegão.

O líder da Comissão Cultural do grupo fundamentalista, Mohammed Jalal, classificou os protestos como “uma tentativa deliberada de causar problemas”, afirmando que “essas pessoas não representam sequer 0,1% do Afeganistão”.

Apesar de o Talibã ter prometido um governo mais inclusivo e moderado, muitos afegãos, sobretudo mulheres, permanecem céticos e temem o futuro. Da primeira vez em que esteve no poder, o grupo implementou uma versão draconiana da lei islâmica, proibindo por exemplo que mulheres trabalhassem e que meninas fossem à escola.

Novo governo

Os fundamentalistas agora devem governar um país devastado pela guerra que depende fortemente da ajuda internacional, mas o anúncio da formação do governo foi adiado novamente, desta vez para o início da semana que vem. O cofundador do Talibã e chefe do seu birô político, mulá Abdul Ghani Baradar, é apontado como o favorito para assumir o governo, e disse que ele englobará todas as facções políticas do país:

“Nós estamos fazendo o nosso máximo para melhorar as condições de vida. O governo vai fornecer segurança, porque é necessário para o nosso desenvolvimento econômico”,  disse ele para a rede de televisão al-Jazeera, do Qatar.

Em Cabul, enquanto isso, há cada vez mais uma rotina. O embaixador do Qatar no país disse que uma equipe técnica pôde reabrir o aeroporto para receber ajuda humanitária, segundo a al-Jazeera, e voos domésticos teriam sido retomados.

O aeroporto estava fechado desde que os Estados Unidos completaram a retirada dos seus militares do país, após evacuarem mais de 120 mil pessoas, entre elas cidadãos americanos, estrangeiros e aliados afegãos que trabalharam ao lado dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) durante os 20 anos de ocupação.

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