Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2020
As empresas aéreas que operam no Brasil já demitiram dois mil aeroviários (funcionários que trabalham em solo) desde que a pandemia de Covid-19 começou a afetar diretamente o setor, no fim de março. A categoria reúne aproximadamente 60 mil pessoas, de acordo com o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA).
O corte mais recente foi feito na semana passada pela Azul, com demissão de
aproximadamente 1 mil aeroviários, segundo o SNA. Os outros 1 mil trabalhadores são da Latam. A Gol é a única empresa que ainda não efetuou demissões de aeroviários, segundo o sindicato.
A Azul não confirmou o número. Em nota à imprensa, a companhia informou que tem buscado soluções para enfrentar a crise causada pela pandemia.
Patrícia Gomes, coordenadora da região Sul do SNA, disse que a Azul encerrou as negociações antes de um acordo com o sindicato. E, agora, o SNA busca a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) na negociação com a empresa. “Já estamos em negociação com mediação do TST no caso da Gol, solicitado pela própria empresa”, acrescentou Patrícia.
A Gol já fechou acordo com os aeroviários filiados à Federação Nacional dos
Trabalhadores em Transportes Aéreos (FNTTA), da qual fazem parte os sindicatos do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Campinas, Alagoas, Amazonas e São Paulo. A proposta contempla programas de demissão voluntária, aposentadoria incentivada e licença não-remunerada.
Reginaldo Alves de Souza, presidente da FNTTA, disse que a Gol foi a única empresa aérea que não efetuou demissões de aeroviários até o momento. Sérgio Dias, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (Fentac/CUT), disse que as demissões até agora foram pontuais e devem aumentar, à medida que as empresas concluírem seus programas de demissão voluntária.
Entre as empresas, apenas a Latam fechou acordos com os dez sindicatos que
representam os aeroviários. De acordo com a Latam Brasil, o acordo contempla a implantação de programa de demissão voluntária e licença não-remunerada por no mínimo três meses. Como parte do acordo, a empresa vai desligar “pouco mais de 1 mil aeroviários”. A proposta teve 100% de adesão dos empregados.