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Por Redação O Sul | 28 de dezembro de 2017
O ICI (Índice de Confiança da Indústria), divulgado nesta quinta-feira (28) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), avançou 1,3 ponto em dezembro, para 99,6 pontos, o maior desde janeiro de 2014 (100,1 pontos). Após seis altas consecutivas, o ICI encerra o ano 14,9 pontos acima do mesmo mês do ano anterior.
“O resultado de dezembro traz boas notícias. A indústria percebe melhora no ambiente de negócios e acredita na manutenção dessa trajetória favorável nos próximos meses. Ao passar de 100 pontos, o Índice de Expectativas retrata otimismo quanto ao futuro próximo – pela primeira vez desde setembro de 2013, há prevalência de respostas otimistas na pesquisa, o que reforça a perspectiva do setor de continuidade da recuperação da confiança em 2018”, afirma Tabi Thuler Santos, coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV IBRE.
Melhora no ambiente de negócios
A alta da confiança industrial alcançou 11 dos 19 segmentos industriais em dezembro de 2017. O IE (Índice de Expectativas) subiu 1,4 ponto, para 100,8 pontos, o maior desde junho de 2013 (105,1). O ISA (Índice da Situação Atual) subiu 1,3 ponto, para 98,5 pontos, o maior desde fevereiro de 2014 (99,5).
A melhora na percepção sobre os negócios foi o principal fator a contribuir para a alta do ISA em dezembro. O indicador de situação atual dos negócios subiu 3,4 pontos, para 95,2 pontos pontos – o maior desde abril de 2014 (98). A parcela de empresas que avaliam a situação como boa caiu de 15,8% para 14,8% do total, mas a parcela das que a consideram ruim caiu em maior proporção, de 25,2% para 20,2% do total.
O indicador de expectativas com a evolução dos negócios nos seis meses seguintes avançou 5,4 pontos, para 103,1 pontos – o maior desde junho de 2013 (105,3), sendo a principal contribuição para a alta do IE no mês. Houve aumento da proporção de empresas prevendo melhora nos negócios, de 42,7% para 45,7% do total, e diminuição da proporção das que esperam piora nos negócios, de 14,8% para 9% do total.
O NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) aumentou 0,3 ponto percentual entre novembro e dezembro para 74,5%, o maior desde julho deste ano. Na métrica trimestral, o NUCI avança 0,1 ponto percentual no quarto trimestre em relação ao trimestre anterior, para 74,3%.
Incerteza na economia
O Indicador de IIE-Br (Incerteza da Economia) da Fundação Getulio Vargas avançou 0,8 ponto entre novembro e dezembro de 2017, ao passar de 112,8 pontos para 113,6 pontos. “Terminamos o ano com o indicador de incerteza com um desvio-padrão acima da média histórica. Como já havíamos ressaltado anteriormente, as dificuldades para aprovar as reformas estruturantes, o desequilíbrio fiscal e as divisões político-partidárias parecem criar dificuldades para que a incerteza econômica volte para o seu nível histórico. Para 2018, fica difícil imaginar que o patamar do IIE-BR fique abaixo dos 110 pontos e, devido às eleições, espera-se que o indicador fique ainda mais volátil”, afirma o economista Pedro Costa Ferreira da FGV\IBRE
O avanço discreto do IIE-Br em dezembro de 2017 foi determinado pela componente mídia, que registrou alta de 3,7 pontos no mês, contribuindo com 3,3 pontos para o comportamento do índice geral. O IIE-Br mercado e o IIE-Br expectativa apresentaram comportamento inverso, registrando queda de 6,2 pontos e contribuição de -0,8 ponto para o componente mercado e queda de 6,8 pontos e contribuição de -1,7 para a componente expectativa.