Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
22°
Light Rain

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Conheça a história do homem que passou 20 anos preso por um homicídio apesar de sua “vítima” continuar viva

Compartilhe esta notícia:

Mpagi acredita ter escapado da execução da pena de morte porque as autoridades penitenciárias sabiam que ele era inocente. (Crédito: Reprodução)

O ugandense Edward Edmary Mpagi foi preso por um assassinato que ele não cometeu ─ na verdade, sua suposta “vítima” continuava viva e passando bem. Mpagi passou 20 anos na prisão. Como ele, centenas de outros ugandenses ainda permanecem atrás das grades aguardando uma decisão da Justiça.

Em 1981, seus vizinhos foram roubados e espancados, e as suspeitas recaíram sobre Mpagi, que foi preso junto com seu primo, Fred Masembe. “[Os vizinhos] não tinham uma relação boa com meus pais”, alega Mpagi.

Ele e o primo foram acusados de assalto e enviados à prisão de Masaka, onde os prisioneiros eram divididos de acordo com seus crimes. “Percebi que estava no grupo dos assassinos”, diz Mpagi. “Fiquei com muito medo pois sabia que eu era inocente.”

Um ano depois, Mpagi e seu primo foram levados a julgamento. Mpagi não falava bem inglês ─ o idioma do tribunal ─ enquanto seu primo, Masembe, não sabia nada do idioma. Para a surpresa de ambos, souberam que haviam sido indiciados pelo assassinato do filho do vizinho, William Wandyaka.

Nenhuma testemunha foi chamada para depor em defesa dos dois, mas quatro pessoas afirmaram terem visto Mpagi com uma arma. A verdade era que não havia uma arma, tampouco uma vítima estava vivo e passando bem, e só tinha se escondido. “Ele estava longe de casa e voltava durante a noite, ele não podia se expor”, diz Mpagi, que alega que as testemunhas haviam sido compradas.

Quando o juiz o condenou à morte, Mpagi conta ter desmaiado. Os dois homens foram levados, então, para a prisão de segurança máxima de Luzira, em Campala.

Mpagi acredita ter escapado da execução porque as autoridades penitenciárias sabiam que ele era inocente ─ ele falava bastante sobre o assunto, e um jornalista discutiu seu caso na TV.  Em 1989, a verdade veio à tona ─ líderes da cidade natal de Mpagi finalmente investigaram o caso e escreveram ao procurador-geral do país para dizer que o homem que ele fora acusado de matar ainda estava vivo. Apesar disso, nada mudou. Mpagi permaneceu encarcerado.

O problema foi que, naquele momento, muitos dos que estavam envolvidos no caso ─ incluindo os juízes ─ já haviam morrido. “Não havia ninguém para prestar depoimento. Portanto, demorou muito para conseguirmos reunir provas factuais”, relembra.

Já tendo perdido uma apelação em 1983, sua única chance era o perdão presidencial, que foi finalmente dado pelo presidente Yoweri Museveni em 2000, quando Mpagi foi liberado.

Ele não pediu indenização, especialmente por causa da preocupação com os companheiros de cela. Ele temia que se processasse o Estado, o governo relutaria em libertar outros prisioneiros inocentes. “Então, eu dizia: ‘Não, me deixem quieto'”. Ele hoje faz campanha pela abolição da pena de morte e  também se tornou catequista,  visitando todos os dias prisões para rezar com os presos. (AG)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Concluído processo que permite obras do primeiro hospital veterinário público do Brasil
Presidente da Câmara de Vereadores faz palestra na reunião da SERGS
https://www.osul.com.br/conheca-a-historia-do-homem-que-passou-20-anos-preso-por-um-homicidio-apesar-de-sua-vitima-continuar-viva/ Conheça a história do homem que passou 20 anos preso por um homicídio apesar de sua “vítima” continuar viva 2016-03-08
Deixe seu comentário
Pode te interessar