Quarta-feira, 21 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2021
O empresário bilionário Carlos Wizard irá depor na CPI da Covid, que apura os erros do governo federal no combate à pandemia. Sua convocação foi aprovada pelos membros da CPI na quarta-feira (26), mas ainda não há uma data para o depoimento ocorrer.
Wizard foi citado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que confirmou em seu depoimento na semana passada ter sido aconselhado pelo empresário e que chegou a oferecer um cargo a ele na sua pasta. Wizard já teria declarado em uma entrevista à TV Brasil ter passado um mês em Brasília no ano passado como conselheiro do então ministro e sido convidado por ele para assumir uma secretaria.
O empresário preferiu não aceitar o cargo para seguir atuando de forma independente junto ao governo federal, que tinha um conselho paralelo ao Ministério da Saúde sobre as ações de combate à pandemia, segundo o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS).
“Foi neste momento que eu tive, então, a oportunidade de conhecer autoridades médicas que são reconhecidas tanto no Brasil quanto no exterior, como a doutora Nise Yamaguchi, doutor Roberto Zeballos, doutor Anthony Wong, Dante Serra, e muitos outros que participam desse conselho científico independente”, disse Wizard.
Em seu depoimento à CPI, Pazuello afirmou que foi ele quem convidou Wizard a contribuir.
O general afirmou que conheceu o empresário em 2018, durante a operação realizada em Boa Vista (RR) para receber o grande número de imigrantes venezuelanos que chegavam ao Brasil fugindo da crise em seu país.
Pazuello coordenou estes esforços em Roraima. Wizard e sua mulher, que são mórmons, atuaram por dois anos em atividades sociais para acolher os venezuelanos no Estado. O empresário e o ex-ministro se tornaram amigos por causa disso.
“Quando fui chamado pra cá, o puxei, e pedi ajuda por ele ser um grande link entre o Ministério da Saúde e a compreensão da parte social, do público”, disse Pazuello na CPI.
Por causa de suas empresas, Wizard não aceitou o convite para ser secretário, de acordo com o ex-ministro.
Pazuello disse que Wizard propôs reunir médicos em um conselho para ajudar o ministério. O ex-ministro disse, no entanto, que fez apenas uma “meia reunião” e que isso foi suficiente para “não aceitar” a proposta.
“Na primeira vez que sentei para ouvir as ideias dos médicos, não gostei da dinâmica da conversa. Foi uma única vez, não tive aconselhamento nem assessoramento de grupos de médicos.”
Pazuello declarou ainda que nunca viu Wizard em Brasília para falar com o presidente da República.
O empresário terá agora a oportunidade de esclarecer qual foi seu papel junto ao governo no combate à pandemia.
Vida
O curitibano Carlos Roberto Martins tem 64 anos e é mais conhecido por ter criado em 1987 a franquia de escolas de inglês Wizard, da qual adotou o nome.
Ele conta que teria aprendido o método de ensino usado nestas escolas na Igreja dos Santos dos Últimos Dias, da qual é seguidor.
Wizard comprou outras empresas de educação, criando o Grupo Multi, e, conforme noticiou o jornal Valor, decidiu vender o negócio para o grupo britânico Pearson, por R$ 1,95 bilhão, em 2013.
Ele criou então uma gestora de investimentos, a Sforza, à frente da qual também estão dois de seus seis filhos, Charles e Lincoln.
A gestora tem em seu portfólio negócios como as redes Mundo Verde, KFC e Pizza Hut, além de empresas de educação, esportes e serviços financeiros, entre outros.
Wizard prefere se apresentar hoje como um empreendedor social e faz as vezes de guru dos negócios.
É autor de livros como Desperte o milionário que há em você, Sonhos não têm limite (sua biografia), Do zero ao milhão e Meu maior empreendimento.
Ele também costuma dar lições a quem deseja ser um empreendedor de sucesso por meio de suas redes sociais. “O impossível é só uma opinião”, diz em um dos seus posts no Instagram, sua rede social mais popular, com 282 mil seguidores.